Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Nota oficial da Comissão de Representantes da Ocupação da Telerj

Quarta, 16 de abril de 2014
No dia 31 de março milhares de famílias ocuparam um complexo de prédios e terrenos na região do Engenho Novo, zona norte do Rio de janeiro. Após doze dias essas famílias foram brutalmente despejadas e jogadas à própria sorte pelo poder público sem qualquer alternativa.
As negociações só se iniciaram após as famílias desabrigadas acamparem na frente da prefeitura municipal. A proposta dos representantes da prefeitura era apenas cadastrar as famílias e nada mais. Uma parte das famílias iniciou o cadastramento enquanto a maioria não pôde realizá-lo porque a própria prefeitura interrompeu o processo. Não houve nenhum avanço e as famílias permaneceram acampadas no local, sendo coagidas e humilhadas pela polícia e guarda municipal. Hoje, 15/4 uma nova reunião ocorreu. Apresentamos uma contraproposta que previa, além do cadastramento, uma solução emergencial para as famílias desabrigadas e um cronograma para acompanhamento da construção das moradias. Novamente a prefeitura se negou a nos ouvir, oferecendo apenas o término do cadastro das famílias que portassem uma “senha”. Esse fato confundiu, dividiu e revoltou o povo desabrigado, que tentou manter a mobilização mesmo com atitudes isoladas de algumas pessoas mais exaltadas. A resposta do poder público foi uma grande repressão. Algo inaceitável.
A culpa pela situação de caos gerada no dia de hoje não é da nossa comissão. Também não é do povo que está sendo constantemente mal tratado. Governos municipal e estadual devem uma resposta à essas famílias que não seja bomba ou cacetete. Devem nos receber para negociar algo de concreto e não apenas promessas vazias, das quais estamos cansadas.
Nossa luta não acabou e não será em vão! O povo unido, jamais será vencido!