Sexta, 6 de
fevereiro de 2015
André Richter
- Enviado Especial da Agência Brasil/EBC
O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco detalhou, em
depoimento de delação premiada na Operação Lava Jato, como começou a cobrar
propina de empresas que pretendiam firmar contratos com a Petrobras. Barusco
disse que começou a receber os pagamentos indevidos em 1997 ou 1998 da empresa
holandesa SBM, quando ocupava o cargo de gerente de Tecnologia de Instalações.
Aos investigadores, Barusco relatou a sistemática da
cobrança de propina. Informou que tinha relação próxima com Júlio Faerman,
representante da SBM, e a iniciativa de fazer os negócios com cobrança de
propina partiu de ambas as partes.
Conforme o depoimento, os pagamentos variavam de acordo com
o valor do contrato, ficando entre US$ 25 milhões e US$ 50 milhões. Entre as
obras que tiveram pagamentos ilegais, o ex-diretor citou um acordo, firmado em
1997 ou 1998, para o fornecimento de um navio à Transpetro.
As declarações de Barusco foram divulgadas após decisão do
juiz federal Sérgio Moro, que retirou o sigilo das investigações da nona fase
da Operação Lava Jato, iniciada hoje (5).
A Agência Brasil não conseguiu entrar em contato com
os representantes da SBM no Brasil.