Quinta, 4 de fevereiro de 2016
André Richter - Repórter da Agência Brasil
Parlamentares do PSOL e da Rede Sustentabilidade pediram hoje (3)
ao Supremo Tribunal Federal (STF) o afastamento do presidente da Câmara
dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O pedido foi recebido como
manifestação no Supremo, sem valor jurídico.
Segundo os
parlamentares, a manutenção de Cunha no cargo, na condição de
investigado na Operação Lava Jato, impede que o “interesse público
predomine nos trabalhos da Casa”.
“O
número sempre crescente de acusações graves, somado ao grande poder que
a função de presidente da Câmara proporciona, mostram que a manutenção
de Cunha na presidência e no exercício do mandato, tendo em vista a
enorme influência que exerce sobre um grande grupo de parlamentares,
impede que o interesse público predomine nos trabalhos daquela Casa”,
alegam os deputados.
Um pedido formal de afastamento de
Cunha tramita no STF desde dezembro do ano passado. De acordo com o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Cunha está utilizando seu
cargo para intimidar parlamentares e cometer crimes. Não há data
definida do julgamento.
Cunha é investigado em dois
inquéritos no Supremo: um investiga supostas contas no exterior e outro
apura se o parlamentar recebeu US$ 5 milhões para viabilizar a
contratação, em 2006 e 2007, de dois navios-sonda pela Petrobras com o
estaleiro Samsung Heavy Industries.