Terça, 12 de setembro de 2017
André Richter - Repórter da Agência Brasil
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso
 decidiu hoje (12) abrir inquérito para investigar o presidente Michel 
Temer e o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures, além de mais dois 
empresários, por suspeitas de crimes de corrupção ativa, passiva e 
lavagem de dinheiro.
O pedido de abertura de investigação foi 
feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para apurar 
suspeitas de recebimento de vantagens indevidas dos envolvidos pelo 
suposto favorecimento da empresa Rodrimar S/A por meio da edição do 
Decreto dos Portos (Decreto 9.048/2017).
O pedido de abertura do 
inquérito chegou ao Supremo em junho e foi remetido ao ministro Edson 
Fachin. Ao receber o processo, o ministro entendeu que o caso deveria 
ser redistribuído a outro integrante da Corte por não ter conexão com o 
inquérito que envolve Temer a partir das delações da JBS.
Nesta 
semana, a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, determinou uma 
nova distribuição e Barroso foi escolhido o novo relator.
Para Janot, a edição do decreto "contemplou, ao menos em parte, as demandas" de Rocha Loures em favor da Rodrimar.
Com
 a decisão do ministro Barroso, também serão investigados os empresários
 Ricardo Conrado Mesquita e Antônio Celso Grecco, ambos ligados à 
empresa.
Em nota, a Rodrimar diz que  recebeu serenamente a 
notícia de autorização do Supremo Tribunal Federal para a abertura de um
 inquérito determinado a apurar se o setor portuário foi beneficiado 
pelo recente “decreto dos portos”. “Em seus 74 anos de história, a 
Rodrimar nunca recebeu qualquer privilégio do Poder Público. Prova disso
 é que todos os seus contratos estão atualmente sendo discutidos 
judicialmente”, diz a nota.
Ainda segundo a Rodrimar, o “decreto 
dos portos” atendeu, sim, a uma reivindicação de todo o setor de 
terminais portuários do país. “Ressalte-se que não foi uma reivindicação
 da Rodrimar, mas de todo o setor. Os pleitos, no entanto, não foram 
totalmente contemplados no decreto, que abriu a possibilidade de 
regularizar a situação de cerca de uma centena de concessões em todo o 
país”.
A Rodrimar encerra nota afirmando que, “assim como seus 
executivos, estão, como sempre estiveram, à disposição das autoridades 
para qualquer esclarecimento que se fizer necessário”.
 
 
 
