Terça, 12 de setembro de 2017
André Richter - Repórter da Agência Brasil
O juiz federal Marcos Vinícius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal
em Brasília, decidiu manter a decisão que rejeitou ação protocolada pela
defesa do presidente Michel Temer contra o empresário Joesley Batista,
dono da JBS.
Na ação, Temer pedia que o empresário fosse
condenado pelos crimes de calúnia, difamação e injúria. A ação foi
movida após entrevista do empresário à revista Época, em junho, em que Joesley diz que Temer é “o chefe da quadrilha mais perigosa do Brasil”.
Na
decisão, assinada no dia 5 de setembro, o magistrado entendeu que não
há motivos para rever sua decisão. A partir de agora, o caso será
julgado pela segunda instância da Justiça Federal.
Ao analisar o
processo, o juiz entendeu que o empresário não cometeu os crimes ao
citar o presidente na entrevista. No entendimento do magistrado, Joesley
relatou os fatos no contexto de seus depoimentos de delação premiada.
Segundo
a defesa de Temer, a entrevista foi “desrespeitosa e leviana”, além de
ofensiva. Para os advogados, as declarações de Joesley levam a sociedade
a questionar a honradez de Temer.
“Na verdade, todos sabem o
real objetivo do querelado [Joesley] em mentir e acusar o querelante
[Temer], atual presidente da República: obter perdão dos inúmeros crimes
que cometeu, por meio de um generoso acordo de delação premiada que o
mantenha livre de qualquer acusação, vivendo fora do país com um
substancial (e suspeito) patrimônio”, diz trecho da petição inicial do
processo.