Quarta, 6 de setembro de 2017
Jornal afirma que China será onipresente nas privatizações do Brasil
"Com todos os
investimentos que você vai fazer no Brasil, sua empresa deve ser chamada
de "Four Gorges", brincou o presidente brasileiro, Michel Temer, depois
de se encontrar com o chefe da China Three Gorges, Lu Chun, quando
chegou a Pequim na quinta-feira antes de se juntar aos seus homólogos do
BRICS em Xiamen.
O jornal Les Echos publicou uma matéria na terça-feira (5) sobre o investimento chinês no Brasil.
Segundo
a reportagem o grupo CTG já investiu cerca de 23 bilhões de reais
(cerca de 6 bilhões de euros) no Brasil em menos de cinco anos. Ele se
tornou o segundo maior produtor de energia elétrica, e não pretende
parar tão cedo.
A CTG não é o único grupo chinês a investir no
setor elétrico brasileiro, já que a State Grid também garantiu a maior
parte da distribuição de eletricidade e linhas de energia elétrica,
entre as novas barragens na Amazônia e o grande mercado consumidor
localizado no sul do país, afirma Les Echos.
Michel Temer também
aproveitou a oportunidade para esclarecer o esboço de seu programa de
privatização, acrescenta o diário francês. Debaixo do braço, um espesso
catálogo de cerca de cinquenta empresas para "vender", incluindo a
brasileira Eletrobras, e mais de uma dúzia de usinas hidrelétricas.
"Os chineses certamente
desempenharão um papel de liderança na privatização da Eletrobras",
disse Pedro Seraphim, especialista em energia do escritório de advocacia
Tozzini Freire. "É exatamente o tipo de ativos que os chineses adoram.
Eles não gostam de pequenas transações! "Adiciona Fernando Camargo,
gerente de infraestrutura da LCA Consulting.
Brasil e China
lançaram recentemente um fundo de US $ 20 bilhões, 75% financiado pela
China, para modernizar a infraestrutura no país latino-americano, aponta
Les Echos.
Os chineses estão presentes em vários setores.
No mês passado, o grupo HNA, que é um acionista da companhia aérea Azul e
um cliente do fabricante brasileiro de aeronaves Embraer, entrou na
capital do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, informa Les Echos.
Na
indústria agroalimentar, o Grupo Shanghai Pengxin já adquiriu duas
tradicionais empresas brasileiras especializadas em cereais. E isso não é
tudo: Didi Chuxing investiu US $ 100 milhões na 99 Taxi, enquanto as
negociações estão em andamento para a aquisição de vários terminais
portuários. O apetite é grande, finaliza Les Echos.