Quarta, 6 de setembro de 2017
Debora Brito e Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil
O Supremo Tribunal Federal (STF) liberou há pouco a íntegra dos
áudios entregues por advogados da JBS à Procuradoria-Geral da República
(PGR). O conteúdo das gravações traz evidências de informações que foram
omitidas pelos delatores durante as investigações no âmbito da Operação
Lava Jato.
A suspeita de omissão foi divulgada na última
segunda-feira (4) pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. Em
pronunciamento, Janot informou que o fato pode levar à revisão ou até
mesmo anulação do acordo de delação premiada que foi firmado com Joesley
Batista e outros executivos da JBS. A suspensão dos benefícios, no
entanto, não deve invalidar as provas já coletadas no processo, segundo o
procurador.
Alguns trechos dos áudios da conversa já foram divulgados pela revista Veja.
Na conversa gravada entre Joesley Batista e Ricardo Saud, os executivos
dão evidências de irregularidades que teriam sido cometidas por
autoridades da PGR e do STF.
Entre os fatos omitidos na delação,
estaria o envolvimento do ex-procurador Marcelo Miller em crimes
cometidos pelos empresários. Miller estava na procuradoria durante o
período das negociações para a delação e deixou o cargo para atuar em um
escritório de advocacia em favor da JBS. Em nota, Miller negou as
acusações de ter atuado como “agente duplo” e diz que não cometeu ato de
improbidade administrativa.
Após a repercussão negativa do
vazamento da informação, a empresa divulgou nota em que afirma que a
conversa tem apenas “cogitações de hipóteses” e não compromete
autoridades. Em outra nota, os empresários Batista e Saud pedem
desculpas ao STF e à PGR pela citação das autoridades e afirmam que
mentiram durante a conversa.
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Leia a matéria da Veja: