Domingo, 7 de janeiro de 2018
Do Jornal do Brasil
O deputado e presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e os três filhos
dele que exercem mandato são donos de 13 imóveis com preço de mercado de
pelo menos R$ 15 milhões, a maioria em pontos da capital fluminense
como Copacabana, Barra da Tijuca e Urca, aponta reportagem da Folha publicada neste domingo (7).
De
acordo com levantamento do jornal paulista em cartórios, os principais
apartamentos e casas, comprados nos últimos dez anos, registram preço de
aquisição muito abaixo da avaliação da Prefeitura do Rio à época da
compra. Em um dos casos, uma casa em condomínio à beira-mar na Barra foi
vendida a Bolsonaro com prejuízo de, diz o papel, R$ 180 mil em relação
ao que havia custado quatro meses antes.
Já o filho mais velho,
Flávio, deputado estadual no Rio de Janeiro, negociou 19 imóveis nos
últimos 13 anos. Os bens da família incluem ainda carros que vão de R$
45 mil a R$ 105 mil, um jet-ski e aplicações financeiras, em um total de
R$ 1,7 milhão, como consta na Justiça Eleitoral e em cartórios. Quando
entrou na política, em 1988, Bolsonaro declarava ter um Fiat Panorama,
uma moto e dois lotes de pequeno valor em Resende, no interior no Rio,
valendo pouco mais de R$ 10 mil em dinheiro atual. Desde então, sua
única profissão é a política, e já são sete mandatos como deputado
federal.
A Folha destaca
que as transações que resultaram na compra da casa em que Bolsonaro
vive, na Barra, têm, em tese, indícios de uma operação suspeita de
lavagem de dinheiro, segundo os critérios do Coaf e do Conselho Federal
dos Corretores de Imóveis (Cofeci).
O presidenciável recebe
atualmente salário bruto de R$ 33,7 mil como parlamentar (líquido de R$
24 mil), além de soldo, segundo o Exército, um capitão da reserva na
situação de Bolsonaro recebe cerca de R$ 5.600 brutos. O valor real dos
imóveis de toda a família, cinco em nome de Jair Bolsonaro, três de
Carlos, dois de Eduardo e três de Flávio, representa cerca do triplo do
que a família declarou à Justiça. Não há ilegalidade, pondera o jornal,
já que a lei exige apenas o informe de bens.