Sexta, 11 de julho de 2014
Mariana
Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
Em Brasília e no Rio
de Janeiro, comitês populares da Copa e a Frente Independente Popular-RJ
organizam passeatas e distribuição de panfletos no final de semana. Nas redes sociais,
uma corrente identificada por #OLegadoDaCopa e #ATropaDoBrasil convoca
manifestações após a final em quatro cidades-sede. Serão os últimos atos
de rua durante a Copa do Mundo da Fifa 2014.
Com a derrota do
Brasil, a expectativa é que mais pessoas saiam às ruas.
As bandeiras de luta
também foram ampliadas, a Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa
(Ancop) protagoniza campanha
por um minuto de silêncio no Maracanã pelas vítimas da Faixa de Gaza e pelo fim
do genocídio do povo palestino.
O primeiro ato ocorre
em Brasília, amanhã (12). A concentração está marcada para as 15h, na
rodoviária central, próxima ao Estádio Nacional de Brasília/Mané Garrincha,
onde o Brasil joga com a Holanda, às 17h, em disputa pelo terceiro lugar do
Mundial.
O ato será pela
democratização dos meios de comunicação. “As pessoas viram que não vale tudo
pelo futebol. Não se trata apenas de perder, mas aqueles que estavam separando
política de futebol viram que é a mesma coisa, e que o futebol está sendo usado
para disfarçar, para cometer violações. Assim que acabou a magia, o pessoal
acordou”, avalia o integrande do Comitê Popular da Copa no Distrito Federal e
da Ancop, Thiago Ávila.
Para ele, a Copa
também está encobrindo violações de direitos humanos em Gaza.
A Ancop trabalha na tradução de mensagens de apoio aos palestinos em quatro
idiomas - das seleções que entrarão em campo neste final de semana. “O Brasil
faz uso de equipamentos e contrata consultorias israelenses. De certa forma,
estamos financiando o conflito”, diz.
No domingo, a
concentração do ato organizado pelo Comitê Popular da Copa será às 10h, na
Praça Afonso Pena, na Tijuca, no Rio de Janeiro. A final está marcada para as
16h, no Estádio do Maracanã, entre a Alemanha e a Argentina. Os movimentos
vão às ruas desde antes doi nício da Copa. Entre as reivindicações estão o fim dos despejos e
remoções forçadas, a desmilitarização das polícias e democratização dos meios
de comunicação.
Também no Rio de
Janeiro, a Frente Independente Popular convoca, pelo Facebook, a Grande Manifestação "Fifa go home! Não vai ter final!", com
concentração às 13h, na Praça Saens Peña, também na Tijuca. O ato é contra os
gastos públicos com a Copa, as remoções, a opressão de gênero e raça e
segregação nos estádios. Junta-se ao ato, na mesma hora e local, a
Associação de Defesa da Favela Chapéu Mangueira com o slogan A festa nosestádios não vale as lágrimas nas favelas, contra a opressão
histórica nas comunidades faveladas.
Para depois da final
no domingo, às 18h, estão sendo convocadas manifestações por redes sociais e
mensagens de Whatsapp - aplicativo para smartphones. A proposta é que as
pessoas compareçam com a camisa do Brasil e protestem contra a corrupção,
manipulação e o sistema. Os locais de concentração estão agendados para a
Avenida Paulista, em São Paulo, e no Museu de Arte de São Paulo (Masp); na
Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro; na Praça dos Três Poderes, em
Brasília; e na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte.
“A humilhação não é
sermos derrotados no campo de futebol, e sim, sermos derrotados em justiça, em
trabalho, em saúde, em educação, em dignidade e em segurança todos os dias”,
diz o vídeo que convoca para os atos do dia 13, e acrescenta: “Logo após a
final, porque a gente não quer estragar a final de quem mereceu estar lá”.