Quarta, 12 de dezembro de 2012
Empresário relatou que 2% do valor destinado a agências de publicidade seria direcionado para contas do partido
Felipe Recondo, Alana Rizzo e Fausto Macedo, de O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O empresário Marcos Valério Fernandes de
Souza afirmou no depoimento prestado em 24 de setembro à
Procuradoria-Geral da República que dirigentes do Banco do Brasil
estipularam, a partir de 2003, uma espécie de “pedágio” às agências de
publicidade que prestavam serviços para a instituição financeira
pública: 2% de todos os contratos eram enviados para o caixa do PT,
acusou o homem apontado como o operador do mensalão pelo Supremo
Tribunal Federal.
Em dois anos, os repasses do Banco do Brasil às cinco agências de
publicidade com quem mantinha contrato superaram R$ 400 milhões - uma
delas era a DNA Propaganda, de Valério. Ou seja, segundo o empresário
disse à Procuradoria-Geral da República em setembro, os desvios que
abasteceram o mensalão podem ter sido bem maiores do que os que levaram o
Supremo Tribunal Federal a condenar Valério e o ex-diretor do Banco do
Brasil Henrique Pizzolato.
Segundo os ministros da Corte, R$ 2,9 milhões foram desviados do
contrato da DNA com o Banco do Brasil para o mensalão. Outros R$ 74
milhões foram desviados do contrato da DNA com o Fundo Visanet, do qual a
instituição financeira pública fazia parte. Leia a íntegra o Estadão