Domingo, 10 de março de 2013
Enquanto a prefeitura do Rio tenta convencer
moradores a deixar suas casas por outras com piscina com tobogã,
fotógrafo retrata histórias de amor e superação na comunidade
Na semana passada, o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes visitou o estande decorado
do conjunto habitacional “Parque Carioca” em Jacarepaguá, para onde
pretende mandar os moradores da Vila Autódromo, antiga comunidade do
centro do Rio de Janeiro que deve ser removida para dar lugar ao Parque
Olímpico Rio 2016.
Ignorando o Plano Popular da Vila Autódromo, elaborado pela associação de moradores em conjunto com especialistas da Universidade Federal Fluminense – Falamos dele aqui
– a prefeitura tenta, com um apelo totalmente diferente do resto das
remoções feitas de forma violenta e arbitrária na cidade, convencer os
moradores a conhecer o apartamento modelo do novo “condomínio”, que tem
no projeto piscina com tobogã, quadras e espaços de lazer.
“Os agentes estão chegando na comunidade com panfletos, deixaram um
ônibus à disposição dos moradores para que conheçam o lugar, mas a Vila
Autódromo segue unida, a maioria não quer sair” diz Renato Cosentino, do
Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio de Janeiro. “O que está
acontecendo lá é exceção, essa tentativa de convencimento, esse
reassentamento chique. Estão fazendo isso para passar uma boa imagem
para a mídia, mas a gente sabe que as remoções não seguem este modelo.
Mesmo assim, os moradores têm medo do alto custo de manutenção, que será
reateado entre eles, como em qualquer outro condomínio. Muitos também
“não querem trocar suas casas por apartamentos de 50 metros
quadrados”explica.
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