Primeiras reflexões sobre as grandes manifestações de massas no País
por Edmilson Costa
Do resistir.info
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Introdução
O conjunto das lutas sociais que estão ocorrendo no mundo e, portanto,
também as manifestações de junho no Brasil, guardadas os
devidos ritmos, proporções e intensidades, possuem uma
relação direta com a crise sistêmica global que vem
castigando o capitalismo há mais de seis anos. A crise roubou do sistema
imperialista grande parte da capacidade de hegemonizar plenamente a ordem
mundial como ocorria no passado, ao mesmo tempo em que abriu fissuras na
estrutura de dominação, possibilitando a emergência de um
conjunto de fenômenos novos nas esferas econômica, social e
política da conjuntura internacional.
Mesmo que todos ainda não percebam plenamente, a crise abalou a velha
ordem e o sistema capitalista não consegue reagir como outrora à
crise econômica, até porque esta crise traz um conjunto problemas
novos que as velhas fórmulas keynesianas não conseguem resolver.
Após a Segunda Guerra, os capitalistas aprenderam administrar as crises
cíclicas, mas não possuem condições nem
instrumentos para resolver as crises sistêmicas porque estas reproduzem
em bases ampliadas todas as contradições do capitalismo, posto
que representam o esgotamento de um longo ciclo de acumulação.
Por isso são mais profundas e devastadoras e questionam todos os
fundamentos da ordem anterior e só terminam com mudanças de fundo
na velha ordem.
Quando ocorrem fissuras profundas na ordem dominante, as massas abrem espaço para sua intervenção e fenômenos pouco imagináveis em um determinado momento se tornam realidade logo depois. Poucos vislumbrariam que velhas ditaduras como as da Tunísia, do Egito e do Yemen cairiam como um castelo de cartas. Esses levantes só ocorreram sem um banho de sangue porque a ordem imperialista estava trincada pela crise. Da mesma forma, poucos observadores brasileiros, inclusive os de esquerda, poderiam imaginar que iriam ocorrer as grandes manifestações de massas em mais de 600 cidades do País, reunindo milhões de pessoas, especialmente jovens.
Além disso, está agora mais claro para os trabalhadores, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, o papel do Estado e sua aliança explícita com as finanças internacionais e o grande capital, como demonstraram as injeções trilionárias de dólares e euros para salvar o sistema financeiro, enquanto os trabalhadores perdiam suas casas nos Estados Unidos e se tornavam alvos de políticas socialmente predatórias na Europa, como o corte nos gastos públicos, nas pensões, nos salários e nas verbas sociais em geral, ações inimagináveis em tempos de calmaria. O objetivo das classes dominantes, com essas medidas, é tentar salvar o capital e colocar na conta dos trabalhadores todo o ônus da crise.
Quando ocorrem fissuras profundas na ordem dominante, as massas abrem espaço para sua intervenção e fenômenos pouco imagináveis em um determinado momento se tornam realidade logo depois. Poucos vislumbrariam que velhas ditaduras como as da Tunísia, do Egito e do Yemen cairiam como um castelo de cartas. Esses levantes só ocorreram sem um banho de sangue porque a ordem imperialista estava trincada pela crise. Da mesma forma, poucos observadores brasileiros, inclusive os de esquerda, poderiam imaginar que iriam ocorrer as grandes manifestações de massas em mais de 600 cidades do País, reunindo milhões de pessoas, especialmente jovens.
Além disso, está agora mais claro para os trabalhadores, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, o papel do Estado e sua aliança explícita com as finanças internacionais e o grande capital, como demonstraram as injeções trilionárias de dólares e euros para salvar o sistema financeiro, enquanto os trabalhadores perdiam suas casas nos Estados Unidos e se tornavam alvos de políticas socialmente predatórias na Europa, como o corte nos gastos públicos, nas pensões, nos salários e nas verbas sociais em geral, ações inimagináveis em tempos de calmaria. O objetivo das classes dominantes, com essas medidas, é tentar salvar o capital e colocar na conta dos trabalhadores todo o ônus da crise.