Domingo, 20
de julho de 2014
Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Pelo menos sete dos 18 ativistas acusados de envolvimento
em atos violentos, durante manifestações de rua ocorridas no Rio, não irão se
entregar à polícia, disse o advogado Marino D'Icarahy, que defende nove deles.
Todos são considerados foragidos.
A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, da
Polícia Civil do Rio, fez hoje (19) uma operação para cumprir 18 dos 23
mandados de prisão decretados pelo juiz da 27ª Vara Criminal da Capital do
Tribunal de Justiça do Rio, Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau contra os
ativistas. Nenhum deles foi localizado.
Cinco ativistas já estavam presos. Elisa Quadros, a
Sininho, Camila Jourdan, Igor D'Icarahy, Fábio Raposo e Caio Silva de Souza
permaneciam no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. Elisa Quadros
tinha conseguido na sexta-feira (18) à tarde um habeas corpus concedido pelo desembargador Siro Darlan, da
7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, mas não chegou a sair da
prisão. Fábio e Caio foram detidos, em fevereiro, com a acusação de ter
acionado o rojão que provocou a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes,
Santiago Andrade.
O advogado Marino D'Icarahy, que defende nove ativistas,
entre eles o próprio filho Igor D’Icarahy, e a namorada dele, Camila Jourdan,
disse que na segunda-feira (21) entrará com um pedido de relaxamento de prisão
para os seus clientes Emerson Raphael da Fonseca, Rafael Barros Caruso, Filipe
Carvalho Moraes, Felipe Frieb de Carvalho, Pedro Brandão Maia, Bruno de Sousa
Machado e Rebeca Martins de Souza.
“Nenhum desses manifestantes preenche os requisitos para
serem mantidos encarcerados. Prevalecendo o Estado Democrático de Direito, eles
têm o direito de responder ao processo em liberdade. E só o que se
discute agora é isso. Eles têm o direito de responder em liberdade”, analisou,
em entrevista à Agência Brasil.
O advogado não revelou qual será a linha de defesa, mas
adiantou que os seus clientes não vão se entregar à Polícia. “Claro. A luta
pela liberdade é intransigente. Ninguém é obrigado a cumprir ordem ilegal. Todo
mundo tem direito de lutar por sua liberdade, nem que seja fugindo do excesso
de perseguição do Estado. A linha de defesa será um passo adiante, não dá para
falar agora, porque não vou apresentar as minhas armas”, disse.
Marino D’Icarahy espera conseguir despacho do promotor
Paulo José Andrade, ao pedido de liberdade provisória para Igor e Camila feito
na sexta-feira passada, na 38ª Vara Criminal da capital. “Estamos esperando que
na primeira hora de segunda-feira o promotor, que sabe de tudo, dê o seu
parecer no pedido de liberdade provisória de Igor e Camila”, contou completando
que acredita na medida em razão dos argumentos apresentados pela defesa.
O advogado Lucas Sada, contratado pelo Sindicato dos
Jornalistas do Rio, para defender Joseane de Freitas, disse à Agência Brasil que vai entrar com
um pedido de habeas corpus para os seus clientes. Ele defende também André
Sanchez Basseres, Gabriel da Silva Marinho, Luiz Rendeiro Júnior, Pedro
Mascarenhas e Karlayne da Silva Pinheiro. “Na segunda-feira nós vamos entrar
com o pedido de habeas corpus
para todos eles”, adiantou.
A prisão preventiva decretada juiz Flávio Itabaiana vale
também para Eloisa Santiago, Igor Mendes da Silva, Shirlene da Fonseca, Leonardo
Baroni Pereira e Rebeca Martins de Souza.
Eduarda Castro de Souza e Tiago Neves da Rocha, que
estavam presos em Gericinó, foram liberados hoje. As prisões temporárias deles
foram revogadas, porque não houve denúncia do Ministério Público contra os
dois.
