Segunda, 3 de agosto de 2015
Da Página do MST
Os Sem Terra denunciam a paralisação da Reforma Agrária no país com a
realização de uma segunda Jornada de Lutas contra o ajuste fiscal do
Governo Federal.
Na madrugada desta segunda feira (3/8), cerca de 2.000 mil trabalhadores
trabalhadoras Sem Terra ocuparam o Ministério da Fazenda contra o
ajuste fiscal do governo no orçamento da reforma agrária, em Brasília.
Até o momento, os Ministérios da Fazenda de Porto Alegre, Recife,
Fortaleza, Florianópolis, Curitiba, Palmas, Paraíba e Bahia também foram
ocupados. No Mato Grosso, cerca de 400 camponeses marcham pela cidade
de Jaciara. No Pará, 2 mil trabalhadores rurais ocupam a ferrovia da
Vale. Em MG, duas rodovias foram trancadas. No PR, os Sem Terra também
estão mobilizados em cinco pedágios nos municípios do interior do
estado. Ontem, cerca de 200 Sem Terra ocuparam a Fazenda Santo Henrique,
pertencente a empresa Cutrale, em São Paulo.
Segundo Alexandre Conceição, da coordenação nacional do MST, o Movimento
volta a denunciar a paralisação da Reforma Agrária no país com a
realização de uma segunda Jornada de Lutas contra o ajuste fiscal do
governo, que cortou quase 50% dos recursos da Reforma Agrária - de R$
3,5 bilhões sobraram apenas R$ 1,8 bilhão.
"O ajuste fiscal do governo federal ameaça estagnar ainda mais o
processo da Reforma Agrária no país, pois sem orçamento não há como o
governo cumprir o compromisso político, assumido no início deste ano, de
assentar 120 mil famílias Sem Terra acampadas no Brasil", afirma.
A política econômica do governo federal coloca em risco a conquista de
direitos dos trabalhadores, pois corta recursos financeiros da reforma
agrária e da classe trabalhadora para seguir injetando dinheiro no
capital financeiro e nas transnacionais, beneficiando a elite
brasileira. Só para o agronegócio foi disponibilizado R$ 187 bilhões de
recursos pelo Plano Safra deste ano. Um aumento de 20% no volume de
recursos em relação à safra anterior.
De acordo Kelli Maffort, da coordenação nacional do MST, corte de
investimentos em setores fundamentais como educação e saúde, além dos
cortes nas políticas sociais, só atingem o setor mais pobre da
população.
"Não podemos ficar ao lado do ajuste fiscal. Nosso compromisso é com o
povo. Exigimos o assentamento de todas as famílias acampadas. Temos
famílias há mais de 10 anos debaixo da lona preta e que são vítimas da
violência do latifúndio e do agronegócio. É preciso que o governo
elabore um Plano de Metas para assentar no mínimo 50 mil famílias por
ano, no período de 2016-2018", ressalta.
A ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária
realizada pelo MST em todo país. Durante toda essa semana todos
os estados estarão mobilizados em luta permanente em defesa da pauta da
classe trabalhadora camponesa.