Segunda, 25 de janeiro de 2016
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
          
O Conselho Administrativo de Defesa 
Econômica (Cade) anunciou hoje (25) a intervenção na maior rede de 
postos de combustível do Distrito Federal (DF). Nas próximas duas 
semanas, o Cade nomeará um administrador provisório para gerir os postos
 da rede Cascol, com bandeira da BR Distribuidora, que concentra dois 
terços dos estabelecimentos vinculado ao grupo.
A Cascol 
terá 15 dias para apresentar ao Cade uma lista com pelo menos cinco 
opções de administradores provisórios. Segundo o órgão, os gestores 
devem ter experiência, reputação ilibada e comprovada independência. O 
Cade escolherá um nome entre os cinco indicados.
O administrador 
provisório administrará os postos de forma desvinculada dos demais 
estabelecimentos da rede, com autonomia para fixar os preços sem margens
 de lucro consideradas artificialmente elevadas pelo Cade, que abriu 
investigação de formação de cartel nos postos de combustíveis do 
Distrito Federal.
“Espera-se que a medida forneça aos 
consumidores do DF uma gama ampla de opções de postos não alinhados com o
 suposto cartel, e que isso tenha como efeito uma resposta competitiva 
por parte dos demais revendedores, reestabelecendo padrões razoáveis de 
competição nesse mercado”, informou o Cade em comunicado.
A
 intervenção terá duração de seis meses, podendo ser renovada enquanto 
durar o processo. A Cascol estará sujeita a multa diária de R$ 300 mil 
em caso de descumprimento. A Cascol pode recorrer ao Tribunal do Cade, 
que julga os processos de formação de cartel.
A Superintendência 
do Cade, que determinou a intervenção, determinou que pode recorrer ao 
Judiciário para assegurar a administração provisória dos postos.
Em
 24 de novembro, a Operação Dubai, conduzida pela Polícia Federal, pelo 
Ministério Público do Distrito Federal e pelo Cade, havia prendido sete 
pessoas, Entre elas os administradores das redes Cascol e Gasoline, as 
duas maiores do DF, o gerente de vendas da BR Distribuidora no DF e o 
presidente do sindicato que representa os postos de combustível no DF.
Segundo
 a PF, somente a principal rede investigada vende R$ 1,1 milhão em 
litros de combustível por dia, um lucro diário de quase R$ 800 mil com o
 esquema. De acordo com as investigações, as principais redes de postos 
combinavam preços, determinando os valores a serem cobrados do 
consumidor. A PF diz que as redes menores eram comunicadas pelos 
coordenadores regionais do cartel.
Seis dias depois, os 
empresários foram soltos porque a prisão provisória expirou. Eles foram 
proibidos de continuar a administrar os negócios.
No entanto, de 
acordo com a Superintendência-Geral do Cade, houve indícios de que o 
cartel continuou a ser praticado após a operação e que os empresários 
promoveram um novo reajuste coordenado por causa da elevação do Imposto 
sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços sobre os combustíveis que 
entrou em vigor
 
 
 
