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(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Caos no ensino público do DF: MPF faz recomendação ao governo para que reduza os casos de falta de professores na rede pública

Sexta, 29 de janeiro de 2016
Do MPF
A Promotoria de Justiça de Defesa da Educação (Proeduc), nesta quinta-feira, 28 de janeiro, enviou recomendação ao Secretário de Educação, Esporte e Lazer do Distrito Federal, Júlio Gregório Filho, visando garantir que, no ano letivo de 2016, que se inicia em 29 de fevereiro, sejam reduzidos os casos de falta de professores na rede pública de ensino.


A recomendação baseou-se nos elementos dos diversos casos levados à Promotoria durante os anos de 2014 e 2015 e no resultado da Auditoria Operacional realizada pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), conforme Decisão nº 3147/2014, que demonstram a falta de eficiência na gestão dos recursos humanos por parte da Secretaria de Educação, a dificuldade de reposição das aulas perdidas e os graves e irreparáveis prejuízos pedagógicos aos alunos da rede pública de ensino.

O Ministério Público, na qualidade de fiscal e defensor dos direitos coletivos indisponíveis e ciente da delicada situação orçamentária do Distrito Federal, recomenda uma série de medidas administrativas que não implicam no aumento de custos para a Secretaria de Educação.

Dentre as medidas indicadas estão: a necessidade de determinar que coordenadores e supervisores pedagógicos possam assumir a regência de classe no caso de falta de professores; a revisão dos parâmetros de lotação e redistribuição dos professores de carreira, a fim de dar cumprimento à carga horária e também reduzir e melhorar a utilização das horas residuais; a disponibilização dos planos de aula com antecedência mínima de um mês, para propiciar a aplicação de atividades didáticas especialmente nos casos de carência de curta duração; a publicização de dados sobre os professores lotados em cada instituição de ensino, tanto por meio do site da Secretaria quanto na própria unidade. Parte dessas determinações já haviam sido objeto da Recomendação Proeduc nº 3/2014, mas não foram atendidas.

O Ministério Público pretende minimizar os casos de falta de professores em sala de aula e a perda pedagógica dos alunos neste ano letivo de 2016, especialmente nas ausências de curta duração, diminuir o número de contratações temporárias e maximizar o aproveitamento dos professores de carreira da rede de ensino do Distrito Federal e dos recursos públicos disponíveis.