Quinta, 18 de fevereiro de 2016
André Richter – Repórter da Agência Brasil
A segunda instância da Justiça Federal decidiu hoje (18) manter a
prisão preventiva do pecuarista José Carlos Bumlai, denunciado em um
dos processos da Operação Lava Jato. Bumlai foi preso em novembro do ano
passado por determinação do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em
Curitiba. Ele está custodiado no Complexo Médico Penal (CMP), localizado
em Pinhais (PR), região metropolitana de Curitiba.
O recurso foi
julgado pela Oitava Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região,
sediado em Porto Alegre. Os desembargadores decidiram manter a prisão,
por entenderem que Bumlai ainda oferece riscos à investigação, apesar de
ter confessado parte dos crimes.
A defesa do empresário alegou
que não há mais motivos para que ele continue preso, por ter confessado
em depoimento à Polícia Federal que o empréstimo tinha por real
destinatário o PT e que a quitação foi fraudulenta.
De acordo com
a acusação do Ministério Público Federal (STF), Bumlai usou contratos
firmados com a Petrobras para quitar empréstimos com o Banco Schahin.
Segundo os procuradores, depoimentos de investigados que assinaram
acordos de delação premiada revelam que o empréstimo de R$ 12 milhões se
destinava ao PT e foi pago mediante a contratação da Construtora
Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras, em
2009.
A Schahin diz que o modelo de contratação dos navios-sonda
foi o mesmo praticado pela Petrobras com todas as concorrentes que
prestaram o mesmo serviço. Desde o surgimento das primeiras denúncias, o
PT sustenta que todas as doações obtidas pelo partido foram feitas de
forma legal e declaradas às autoridades.