Segunda, 1º de fevereiro de 2016

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Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil
A 35ª Vara Criminal do Rio de Janeiro condenou 13 dos 25
policiais militares acusados da tortura e morte do pedreiro Amarildo de
Souza, em 2013, na Rocinha, na zona sul da cidade. Entre eles está o
ex-comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha major
Edson Santos, condenado a 13 anos e sete meses de prisão pelos crimes de
tortura e ocultação de cadáver.
Outro condenado é o tenente Luiz
Felipe Medeiros, subcomandante da UPP na época do desaparecimento de
Amarildo, que recebeu a pena de dez anos e sete meses de prisão pelos
crimes de tortura, ocultação de cadáver e fraude processual (por ter
tentado prejudicar a investigação do crime).
A segunda maior pena
recaiu sobre o soldado Douglas Roberto Vital Machado: 11 anos e seis
meses, pelos crimes de tortura e ocultação de cadáver.
A Justiça
também condenou, pelos mesmos crimes, a dez anos e quatro meses de
reclusão, os soldados Marlon Campos Reis, Jorge Luiz Gonçalves Coelho,
Jairo da Conceição Ribas, Anderson César Soares Maia, Wellington Tavares
da Silva, Fábio Brasil da Rocha da Graça e Felipe Maia Queiroz Moura.
As
policiais Rachel de Souza Peixoto e Thaís Rodrigues Gusmão receberam
pena de nove anos e quatro meses cada uma. O décimo terceiro réu, o
soldado Victor Vinicius Pereira da Silva, teve a punição extinta por ter
morrido no ano passado.
Os 12 condenados também vão perder a função pública.
Investigação
O
caso aconteceu em julho de 2013, quando o então comandante da UPP,
major Edson Santos, determinou que os policiais de sua unidade
localizassem suspeitos de ligação com a venda de drogas na comunidade e
levassem essas pessoas à sede da UPP, para interrogá-las. Durante a
ação, os policiais receberam a informação de que Amarildo de Souza
"estaria com as chaves do paiol do tráfico".
O pedreiro então foi
detido e levado para a base da UPP. Ali, segundo a Justiça, sob as
ordens dos dois oficiais da UPP, Amarildo foi torturado e morto por um
grupo de policiais, enquanto outros faziam a vigilância do entorno da
base. Depois da morte, os policiais ocultaram o corpo.
O advogado
João Tancredo, que auxilia a família de Amarildo, disse que a
condenação é um reconhecimento da morte do pedreiro pelo Estado. “O
sentimento [da família] é que não importa o tempo de pena. O que importa
é que o Estado reconheceu que foram os policiais que sequestraram e
assassinaram Amarildo”, disse. O corpo do pedreiro nunca foi localizado.
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