Quarta, 12 de abril de 2017
André Richter - da Agência Brasil
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin
determinou que as citações de ex-executivos da Odebrecht aos
ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e
Dilma Rousseff sejam enviadas para a primeira instância da Justiça. O
pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo fato de
os acusados não terem mais foro privilegiado no STF.
De acordo
com delação premiada de Emílio Odebrecht, um dos proprietários da
empreiteira, a empresa teria feito o pagamento de “vantagens indevidas e
não contabilizadas” para as campanhas do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso em 1993 e 1997. Com a decisão do STF, FHC deverá
responder às acusações na Justiça Federal em São Paulo.
As
acusações contra o ex-presidente Lula foram enviadas para a Justiça
Federal no Paraná. Nos depoimentos, os colaboradores ligados à Odebrecht
citaram supostas tratativas com Lula para viabilizar politicamente a
edição de uma medida provisória para evitar a intervenção do Ministério
Público nos acordos de leniência assinados com empresas na Lava Jato.
Um
pedido de influência de Lula para que a Odebrecht conseguisse fechar
negócios com o governo angolano e reformas em um sítio em Atibaia (SP),
além do pagamento de palestras em troca de favorecimento da empresa
também constam nos depoimentos.
No caso da ex-presidenta Dilma,
foram citados supostos pagamentos de caixa dois para a campanha
eleitoral. As acusações foram enviadas para a Justiça Federal em São
Paulo.
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse que só vai se
manifestar após ter acesso à decisão do ministro. Por meio de sua
assessoria, Lula disse que as acusações dos delatores são falsas e que
sempre agiu dentro da lei. Os advogados da campanha de Dilma sustentam
que todas as doações foram registradas e aprovadas pela Justiça
Eleitoral.