Domingo, 9 de abril de 2017
Da Agência Brasil*
A Justiça do Peru decretou a prisão preventiva do governador da
região de Callao, Félix Moreno, pelo suposto recebimento de propina da
Odebrecht. Moreno é acusado de favorecer a empresa na construção de uma
rodovia e responde pelos crimes de lavagem de dinheiro e tráfico de
influência. O prazo da prisão preventiva é de 18 meses.
De acordo
com o procurador anticorrupção, Hamilton Castro, responsável pela
investigação do caso Odebrecht no Peru, a empresa pagou US$ 4 milhões
para vencer a licitação da estrada Costa del Callao, próxima a Lima,
capital do país.
Segundo as investigações, Félix Moreno recebeu
60% do valor da propina. Os demais 40% foram destinados ao empresário
israelense Gil Shavit, que foi preso na semana passada e decidiu delatar
o suposto esquema de corrupção.
Para embasar as acusações, o
procurador local apresentou documentos apreendidos no Escritório de
Operações Estruturadas da Odebrecht, conhecido como “Departamento da
Propina”, que, além do Brasil, também atuava no Peru. As planilhas
indicam os dois pagamentos para as obras da rodovia.
Durante a
audiência na qual a prisão foi determinada, Moreno negou ter recebido
propina da Odebrecht e disse que deseja cooperar com as investigações.
“Eu não me escondo. Se eu tiver cometido um crime, vou ter que
enfrentá-lo, mas não me beneficiei. Tampouco posso sair ou desaparecer
porque me tiraram os passaportes e todo mundo sabe que vivo em Callao”,
disse o governador.
Após a decisão do juiz, a defesa de Moreno
recorreu da decisão. O governador está sob custódia da Polícia Nacional
do Peru e deve ser encaminhado a um presídio nas próximas horas.
No
Peru, as investigações sobre a Odebrecht apuram cerca de US$ 29 milhões
em pagamento de propina a funcionários do governos dos ex-presidentes
Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala
(2011-2016).
*Com informações da EFE