Terça, 18 de abril de 2017
Débora Brito e Luciano Nascimento - Repórteres da Agência Brasil
Um
grupo de manifestantes contrários à reforma da Previdência tentou
invadir hoje (18) a Câmara de Deputados. Os manifestantes, em sua
maioria policiais civis, chegaram a passar pela chapelaria, entrada
principal da Câmara que dá acesso aos salões negro e verde. Eles
quebraram parte dos vidros da portaria principal da Câmara, mas foram
contidos pela Polícia Legislativa, que formou uma barreira de segurança e
reagiu com bombas de gás lacrimogêneo.
Após a confusão, parte do
grupo dirigiu-se à rampa do Congresso Nacional. Não há informações
sobre feridos ou detidos. A segurança nas portarias foi reforçada e a
circulação entre o Senado e a Câmara está restrita. Após o tumulto, um
grupo de manifestantes entrou para uma reunião com o relator da reforma
da Previdência na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA).
Desde o
final da manhã, o grupo formado por cerca de 3 mil policiais civis,
militares, guardas municipais, entre outros profissionais da segurança
pública, posicionou-se em frente ao gramado do Congresso Nacional para
protestar contra a proposta de reforma da Previdência. O texto original
encaminhado pelo governo previa o fim da aposentadoria especial para a
categoia. No Senado, as saídas foram fechadas e alguns manifestantes
chegaram a bater nos vidros da entrada.
Mobilização
O
protesto foi organizado pela União de Policias do Brasil (UPB), que
pretendia protocolar um pedido de retirada dos policiais da proposta de
reforma do governo.
O presidente da Frente Nacional dos Policiais
Federais (Fenapef), Luís Antônio Boudens, disse que mantém contato com
os demais líderes sindicais para que recuem e não criem confusão com os
policiais legislativos. A expectativa dele é de que, entre hoje e
amanhã, haja uma “última tentativa de diálogo” com o relator da PEC
antes da apresentação do parecer, prevista para esta quarta-feira (19).
Para
a Fenapef, as mudanças propostas pelo governo federal, mesmo com
algumas flexibilizações, ainda não agradam às categorias policiais. “A
idade mínima não está em discussão para nós. Já temos a previsão de
aposentadoria por tempo de serviço e o governo quer criar uma segunda”,
disse Boudens, acrescentando que as mobilizações vão continuar se o
relatório não for alterado de acordo com as sugestões dos policiais.
Para o próximo dia 28 está marcada uma greve geral contra as reformas.