Terça, 10 de outubro de 2017
Décio Trujillo Junior - Repórter da Agência Brasil
O
Ministério Público Federal (MPF) denunciou os irmãos Joesley e Wesley
Batista pelo crime de uso de informação privilegiada e manipulação do
mercado financeiro pelas empresas JBS e FB Participações, de que são
controladores.
Segundo o MPF, os empresários, dirigentes do grupo
JBS, lucraram R$ 100 milhões com a compra de dólares poucos dias antes
do vazamento do acordo de deleção premiada que fizeram com a
Procuradoria-Geral da República (PGR).
Investigações da Polícia Federal, cujas conclusões foram entregues na segunda-feira (9) ao MPF, concluíram que a holding
J&F, controladora do grupo, comprou US$ 1 bilhão às vésperas da
data em que a delação premiada foi divulgada pela imprensa. Segundo os
procuradores Thaméa Danelon Valiengo e Thiago Laceda Nobre, os irmãos
lucraram R$ 100 milhões com a operação.
Eles teriam também
vendido R$ 327 milhões em ações da JBS enquanto seus executivos
negociavam o acordo com a PGR. O MPF afirma que eles sabiam que a
delação causaria a queda das ações da JBS e a alta do dólar e atuaram
para reduzir o prejuízo da empresa.
O MPF aponta Wesley como
responsável pela compra dos dólares, e ele está sujeito a pena de até 18
anos de prisão. Já Joesley teria articulado a manipulação do mercado e
pode pegar pena de 13 anos.