No próximo dia 27, ativistas pelo direito à alimentação saudável e produtores locais vão distribuir refeições preparadas com produtos agro-ecológicos e de agricultura familiar. Protestam contra a extinção pelo governo Bolsonaro do organismo que combatia a fome e promovia a alimentação equilibrada.
Foto de Banquetaço/Facebook
A extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) foi uma das primeiras medidas do atual governo brasileiro. Este organismo não resistiu à extinção de ministérios e organismos estatais empreendida por Bolsonaro.
O CONSEA tinha tido uma breve vida em 1994, durante o governo de Itamar Franco. Voltou a existir em 2003 pela iniciativa de Lula da Silva. Era um espaço participativo composto por dois terços de representantes da sociedade civil e um terço de representantes estatais e tinha como função participar nas políticas públicas que garantem o direito a uma alimentação saudável.
Entre as políticas que concretizou está o aperfeiçoamento do Programa Nacional de Alimentação Escolar que fez com que 30% da alimentação distribuída seja comprada em agricultura familiar, uma proposta de redução de agrotóxicos e o Programa de acesso à água nas zonas mais áridas do Brasil.
A reação de agricultores e ativistas ao fim do CONSEA começou com um abaixo-assinado com 30 mil assinaturas, que foi já entregue. Passará agora por um “banquetaço” no próximo dia 27. Em várias cidades, 15 mil refeições saudáveis serão distribuídas pela população. Para além de se oporem à extinção do CONSEA, os promotores denunciam um aumento da fome no país.
Este não é o primeiro Banquetaço. Esta iniciativa, que pretende ser “um banquete coletivo e solidário, que alerta para a fome e para o excesso de agrotóxicos e outras substâncias nocivas”, aconteceu pela primeira vez em 2017 em São Paulo. Na altura, protestava-se contra a proposta do prefeito João Doria de introduzir uma “ração humana”, uma farinha feita a partir de alimentos perto do fim da validade e que seria destinada à alimentação da população mais carenciada. Contra a “farinata”, 2 mil refeições saudáveis foram servidas nessa ocasião.
Em 2018, na sequência de um incêndio e desabamento de um prédio no Largo do Paissandu, em São Paulo, os ativistas do Banquetaço utilizaram duas cozinhas cedidas por restaurantes locais para servirem alimentos para os desalojados.
Fonte: Esquerda.Net