Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

César Maia manteve o líder no cargo, desautorizou publicamente Bolsonaro

Segunda, 21 de outubro de 2019
Por
Helio Fernandes*
O PSL mergulhou em tremenda desarmonia, tipo todos contra todos. O partido, que não existia, surgiu da eleição como majoritário, apesar de ter somado apenas 10 por cento, do total dos 513. Apesar de serem todos ou quase todos desconhecidos e sem maiores credenciais, (ou talvez por causa disso) se empenharam numa devastação tremenda, formando vários grupos, hostis entre si.

A briga pela liderança na câmara, saiu dos gabinetes foi pra rua, ficou incontornável, só não atingiu o próprio Bolsonaro, se seguirmos suas afirmações: "Não existe crise, querem armar confusão". Mas ele mesmo exerce o hábito e o prazer da contradição. E utiliza o tempo diário de que dispõe, para conversar e consultar advogados especialistas em legislação eleitoral.

Seu problema não é sair do PSL, já tem à disposição várias legendas. (Quem não quer filiar um presidente, já candidato à reeleição dentro de 3 anos?).

Seu problema não é a saída do PSL, é sair levando as verbas fantásticas do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral. Os advogados, não foram negativos nem positivos, "pediram mais tempo para estudar o assunto complicado e inédito".

Enquanto isso, a briga interna aumenta despropositadamente. Vários grupos enviaram ao presidente, lista com candidatos à liderança do PSL. Maia comparou os votos de cada candidato. O mais votado foi o líder atual, Maia confirmou-o.

Nem Bolsonaro nem o comando(?) do partido, gostaram. Quase que imediatamente, 5 deputados, "foram proibidos de exercerem vida partidária". O que é isso? Exclusivamente VOTAR internamente. As outras atividades são cumpridas na câmara. No plenário e nas Comissões.

PS- Vou interromper aqui, o PSL e seu Poder maior estão tentando harmonização ou explosão.

PS2- Vou ficar esperando de plantão. Por enquanto são rumores fortes.

PAULO GUEDES, MESTRE DA MISTIFICAÇÃO

Assim que foi convidado para ministro da Economia, poderoso e com carta branca, se perdeu nos descaminhos das promessas e compromissos, não cumpriu nada. Tudo é passado e ele totalmente ultrapassado. Suas três primeiras afirmações, disparadas e inalcançáveis. Negado por todos, mas insistindo.

1- Trouxe para o centro do palco, um número espantoso, que surpreendeu e assustou o país: "Vamos economizar um TRILHÃO de reais. Abaixo disso não admito sequer conversar". Os relatores na câmara e no senado, deixaram Guedes bem distante da realidade.

2- Nos debates, falou horas, foi desmentido por todos. Falastrão e parlapatão, não era diálogo e sim massacre. Caindo no ridículo riam na sua cara, com a audácia de garantir: "Vamos executar 400 PRIVATIZAÇÕES, e faturar, só com isso, 800 BILHÕES". 

Não são 400 e sim 637, e não privatizou nenhuma. (O secretário de desestatização, Salim Mattar, numa entrevista na TV, mostrou a realidade do assunto, deu aula para o país, desmentiu o ministro. Disse o que pode ser privatizado, e em quanto tempo).

3- Garantiu que seu plano do TRILHÃO prevê a criação de 8 MILHÕES DE EMPREGOS. Como os desempregados continuam bem acima dos 10 milhões, muitos continuarão sem trabalho.(Fora os que hoje estão na casa dos 10 anos de idade, daqui a pouco terão que trabalhar, o ministro não ensina o caminho).

PS- Anteontem, o ministro voltou a prometer: "Vou tomar medidas para antecipar a criação de empregos".

PS2- Essas medidas atingirão os quase 40 milhões de SUBUTILIZADOS, que trabalham duas ou 3 horas por dia, recebem proporcionalmente, gastam quase tudo com transporte?

PS3- Que Republica!!!

RODRIGO MAIA CUMPRIU O REGIMENTO, DESAUTORIZOU BOLSONARO

O terremoto que devastou o PSL, está longe de terminar. Aparentemente ninguém sabe o que quer. Para começo de conversa, é preciso contratar um professor de português, para que haja compostura VERBAL. E os textos possam ser lidos.

Um deputado do PSL não Bolsonarista, rompeu com ele, nada surpreendente ou inédito. Mas além da deslealdade, a tragédia do linguajar. Confessou que 
"gravou conversa com o presidente e oito deputados já ouviram a gravação". Ainda não é o mais grave. 

Furioso, revoltado, despreparado, agrediu a todos, tentando pessoalmente explicar suas intenções.

Textual e verbal, na TV: "Eu IMPLODO esse presidente".

A PRIMEIRA AUTORIDADE IMPORTANTE, SE PRONUNCIA SOBRE AS FANTÁSTICAS MANCHAS DE ÓLEO, QUE DEVASTARAM QUASE 200 PRAIAS DOS 9 ESTADOS DO NORDESTE

Foi o Almirante Leonardo Puntel, comandante de operações navais. Levou quase 2 meses para se posicionar, pela TV. Anunciado como "falando oficialmente pela Marinha". Nada surpreendente pelo cargo que ocupa, com base precisamente no Nordeste.

Veio a público ontem, um domingo. Mas espantoso, fantástico, inacreditável, está no que disse, cercado de outros oficiais, todos fardados.

PS- "O governo falhou inteiramente, em não impedir que o óleo se derramasse como aconteceu".

PS2- "Esse acidente é totalmente inédito no Brasil".

PS3- "Nenhuma parte desse óleo, é produzido no Brasil".

PS4- Terminou estarrecendo o país e não apenas a parte de um estado: "O óleo persiste em apenas uma praia de Pernambuco".

PS5- Só desse estado, foram retiradas 20 toneladas de óleo. De praias do sul.

PS6- As televisões têm mostrado com insistência, o óleo invadindo mais e mais praias, e agora exibindo pedaços enormes de óleo consolidado, nada de óleo líquido.

PS7- O presidente Bolsonaro, parece não ter dado importância à tragédia. Não esteve lá, apesar de interessado política e eleitoralmente nessa região.

PS8- Se tivesse ido, poderia chamar o comandante e confrontar: "Eu vi coisas inteiramente diferentes, exijo retificação".

ULTIMA NOTA

A morte dos bombeiros, comoveu e emocionou o país. A unidade, a mais popular do país, foi sempre chamada de os "bravos soldados do fogo". Cada missão é um desafio, não sabem se continuarão vivos. O desespero dos colegas que carregavam os colegas, gerou e criou mais emoção.

Há meses, na tragédia da incompetência da Vale, em Mariana e Brumadinho, consolidaram (e projetaram para o mundo, logo foram convocados para missões no exterior) seu trabalho, sempre exercício de heroísmo.

PS- Temos que chorar de forma lancinante, a morte desses heróis.

PS2- Lamentar apenas não tem sentido. É muito pouco.

PS3- Heróis como esses "bravos soldados do fogo", merecem no mínimo a concentração da emoção. É o mínimo que o país deve a eles.
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*Fonte: Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa. Matéria pode ser republicada citado o autor.