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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

OPAS comemora 25 anos da eliminação de pólio nas Américas

Quarta, 23 de outubro de 2019
Da
ONU Brasil
No Dia Mundial da Pólio – 24 de outubro – a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) comemora 25 anos de eliminação da doença nas Américas do Norte, Central e do Sul e no Caribe. A última vítima do poliovírus selvagem na região foi o peruano Luis Fermín Cortez, nascido em agosto de 1991. Ele teve paralisia irreversível nas pernas porque não havia sido vacinado.
Atualmente, o mundo se aproxima da erradicação da doença, com casos relatados apenas no Paquistão e no Afeganistão. Não existe cura para a poliomielite, mas a doença é evitável com vacinação.
Criança recebe vacina contra poliomielite - Foto: UNICEF
Criança recebe vacina contra poliomielite – Foto: UNICEF
No Dia Mundial da Pólio – 24 de outubro – a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) comemora 25 anos de eliminação da doença nas Américas do Norte, Central e do Sul e no Caribe. A última vítima do poliovírus selvagem na região foi o peruano Luis Fermín Cortez, nascido em agosto de 1991. Ele teve paralisia irreversível nas pernas porque não havia sido vacinado.
Não existe cura para a poliomielite, mas a doença é evitável com vacinação. “Essa conquista crucial é resultado do compromisso dos países com a vacinação e do esforço dos trabalhadores de saúde para vacinar 95% das crianças em todos os cantos do continente, mantendo altos índices de cobertura ao longo dos anos e com forte vigilância”, disse Cuauhtemoc Ruiz Matus, chefe de Imunizações da OPAS.
Em 1975, antes da vacinação massiva e sistemática nas Américas, quase 6.000 pessoas ficaram paralisadas em consequência da poliomielite. Em 1991, os últimos seis casos foram registrados e, em 1994, a região foi a primeira do mundo a ser certificada como livre da doença. Atualmente, o mundo se aproxima da erradicação da doença, com casos relatados apenas no Paquistão e no Afeganistão.
Com o apoio técnico da OPAS, a cobertura vacinal em crianças menores de 1 ano aumentou de 25% em 1978 para mais de 80% em 1993. Pelo menos 8 em cada 10 crianças foram vacinadas e, graças à imunização de “rebanho”, conferida pela vacina oral, a proteção coletiva estava garantida.
Em 1985 a OPAS propôs aos seus Estados-membros a meta de interromper a transmissão do poliovírus selvagem nas Américas. Os países concordaram e assumiram o compromisso, adotando ações sustentáveis para mobilizar a população e parceiros estratégicos, como igrejas e organizações da sociedade civil. Agências parceiras e outras organizações multiplicaram esforços, oferecendo cooperação técnica e mobilizando recursos para apoiar os países.
De 24 a 25 de agosto de 1994, após três anos sem casos, os cientistas e especialistas que compunham a Comissão Internacional para a Certificação da Erradicação da Poliomielite (ICCEP) informaram ao diretor da OPAS à época, Carlyle Guerra de Macedo, que a transmissão do poliovírus selvagem foi interrompida.
Atualmente, as crianças das Américas têm acesso garantido a vacinas gratuitas, seguras e de alta qualidade. A vacinação é considerada um bem social, com acesso universal e igual a todas as pessoas. A OPAS ajuda a tornar a vacinação sustentável por meio de seu Fundo Rotatório, usado pela maioria dos países da América Latina e do Caribe para adquirir vacinas, agulhas e outros suprimentos usados pelos programas de imunização. O Fundo ajuda os países fornecendo vacinas e suprimentos a preços acessíveis.
Erradicação – “No momento, estamos na fase final de erradicação da poliomielite – o fim do jogo – em que apenas um em cada três poliovírus selvagens ainda está ativo”, afirmou Ruiz. “Os países devem manter a cobertura vacinal igual ou superior a 95% e fortalecer a vigilância epidemiológica.”
Enquanto até uma criança em qualquer lugar do mundo estiver infectada com a poliomielite, todas as crianças em todo o mundo correm o risco de contrair a doença se não estiverem vacinadas. No entanto, Ruiz observou que “um mundo livre da pólio é possível e estamos muito perto de alcançá-lo”.
Os casos de poliomielite diminuíram mais de 99% desde 1988, quando se estimou 350 mil casos em mais de 125 países endêmicos, em comparação com 33 casos relatados em 2018 por dois países. Mais de 15 milhões de pessoas em todo o mundo que hoje podem andar poderiam ter ficado paralisadas sem a vacinação.
Os esforços globais que resultaram nessas conquistas foram liderados pela Global Polio Eradication Initiative (GPEI), liderada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Rotary International, Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e UNICEF.
A erradicação da poliomielite – o que significaria um mundo livre de polio para as gerações futuras e uma economia de 40 a 50 bilhões de dólares – exige altas taxas de cobertura em todos os cantos do mundo para impedir a transmissão do vírus, altamente contagioso. No entanto, ainda existem crianças que não têm acesso à vacinação por diferentes motivos: falta de infraestrutura, áreas remotas, populações deslocadas, conflitos e insegurança ou resistência à vacina.
Se a poliomielite não for erradicada, pode haver um ressurgimento da doença, com o aparecimento de até 200 mil novos casos em todo o mundo a cada ano, dentro de 10 anos.
A poliomielite foi a segunda doença evitável por vacina a ser eliminada das Américas (1994), precedida pela erradicação regional da varíola (1971). Foi seguida pela eliminação da rubéola e síndrome da rubéola congênita (2015) e pela eliminação do sarampo em 2016.