Quinta, 17 de novembro de 2011
Da revista eletrônica Quid Novi
Mino Pedrosa
Mino Pedrosa
17/11/2011 16:12
“- As provas coligidas no curso do inquérito e da instrução criminal comprovaram, que, sem sombra de dúvida, José Dirceu agiu sempre no comando das ações dos demais integrantes dos núcleos político e operacional do grupo criminoso. Era enfim o chefe da quadrilha.” Palavras do procurador chefe do Ministério Público Federal.
O MPF não parou as investigações até a data de hoje. Em segredo, no Centro de Inteligência da Polícia Federal, tem horas de grampos telefônicos que mostram como José Dirceu age na condução estratégica do PT e junto aos grandes empresários que atendem as contas do Governo.
O Quidnovi divulga na íntegra e com exclusividade o depoimento de José Dirceu prestou na Justiça no processo do Mensalão do PT. Clique aqui para ler o depoimento.
Segundo as investigações, Zé Dirceu transita como estadista e ainda tem poder de nomear e exonerar o alto escalão do Governo.
Há poucos meses deu uma demonstração disso no episódio Pallocci. O ex-ministro da Casa Civil não resistiu e Dilma foi obrigada a dar uma faxina perigosa na sua administração. A presidente anda pela Esplanada dos Ministérios como se estivesse numa guerrilha com o campo totalmente minado. As minas foram deixadas por Lula, mas sempre com o aval do Zé nos bastidores. O Quidnovi revela com exclusividade três diálogos entre Zé Dirceu e seus operadores junto a empresários e mostra como o ex-ministro investe nos apoios milionários. Os grampos fazem parte do arsenal da Justiça que aguarda o momento certo para formar o juízo do júris da alta corte.
Clique abaixo para ouvir as gravações de Zé Dirceu.
Enquanto isso, o governado de Brasília Agnelo Queiroz enfrenta uma enxurrada de denúncias que trouxe na bagagem política até chegar ao Buriti. Em menos de um ano, existem seis pedidos de impeachment na Câmara Legislativa.
No
dia de seu aniversário, Agnelo foi a São Paulo e pediu a ajuda do todo
poderoso do PT, José Dirceu. A base local do PT/DF trabalha fortemente
pela derrocada do governador. O PT nacional precisava sinalizar que
apoiava Agnelo mesmo nas horas difíceis. Zé Dirceu organizou um grupo de
apoio e veio a Brasília prestigiar o Governador Agnelo, mas apresentou
logo a fatura: emplacou na presidência do BRB Jacques Pena,
ex-presidente da Fundação Banco do Banco do Brasil, e apadrinhado do
deputado de Chico Vigilante e Erika Kokay.
No jantar promovido por Agnelo, Zé Dirceu e o presidente nacional do PT Rui Falcão marcaram presença, mas foram cautelosos. O BRB sofre uma intervenção velada, conforme noticiado com exclusividade pelo Quidnovi, está agora sob o comando do PT nacional.
Zé
Dirceu ainda tem poder de ministro da Casa Civil e conta com a sua “mão
esquerda” Ideli Salvaty, ministra das Relações Institucionais. Como
“consultor empresarial” Zé Dirceu faz sucesso no exterior e recebe
pagamentos milionários pelos seus serviços.
Tudo isso, está sob segredo no MPF. Nas vésperas do julgamento do Mensalão os maus feitos do guerrilheiro do passado virão à tona o que pode influenciar nas eleições de 2014.
Com certeza, nas eleições municipais do ano que vem o PT sofrerá baixas. O presidente Lula, em tratamento de saúde, acompanha passo a passo a faxina de Dilma e tem informações de como Zé Dirceu está operando nos bastidores da política. O que não se sabe é se Lula está de acordo não.
Zé Dirceu usou, esta semana, os mesmos métodos de Collor, estampando em camiseta dizeres contra a mídia tentando mostrar sua inocência. Foi assim que Collor se despediu do Planalto, na década de 90, com Zé Dirceu liderando a oposição.
Agora que Collor voltou, Zé Dirceu talvez esteja inspirado e apostando no seu próprio retorno no cenário político.
O que está faltando neste momento é o clamor da população de Brasília que está assistindo as entranhas da corrupção tomar conta novamente do DF. Na Justiça, Agnelo e Filipelli têm seus dias contados. E os estudantes cara-pintadas que atuaram decidindo o impeachment de Collor começam a se aquecer nos movimentos contra a corrupção que pipocam a cada feriado na capital federal, para entrar em campo na nova luta.