Terça, 20 de dezembro de 2011
Da Agência Senado
Em
discurso no Plenário nesta terça-feira (20), o senador Cristovam
Buarque (PDT-DF) disse que a presidente Dilma Rousseff deveria
aproveitar a anunciada reforma ministerial para criar um ministério
específico para a educação de base.
- Se esse
ministério existisse há mais de 50 anos, a educação do Brasil seria
diferente hoje. A reforma da estrutura é mais importante do que a
reforma dos nomes - declarou.
A educação
superior, na opinião de Cristovam, deveria ficar a cargo do Ministério
da Ciência e Tecnologia ou, ainda, ter um ministério próprio. Parta
isso, no entanto, o9bservou o senador, seria necessário reduzir o número
atual de ministérios.
Na visão de Cristovam,
com um ministério só para a educação de base e outro só para a superior,
a educação do Brasil se desenvolveria muito. As vantagens de um novo
ministério, segundo Cristovam, é que o titular da pasta de Educação terá
que cuidar somente da educação de base. Assim, disse o senador, ou o
ministro realmente faz o que é necessário ou não terá nada para mostrar,
já que não contará mais com a "boia do ensino superior" para se
agarrar.
- Não tem como o ensino superior ser
bom com um ensino básico ruim. O Brasil já está percebendo essas
deficiências - alertou o senador.
Cristovam
disse que nos últimos 20 anos o número de vagas nas universidades do
país cresceu 507%, mas o número de estudantes que concluíram o ensino
médio cresceu apenas 170% no mesmo período. Na avaliação do senador,
essa diferença é "uma anomalia" que mostra a desvalorização do ensino
básico no Brasil.
Cristovam também comentou
notícias veiculadas na imprensa segundo as quais o ministro da Ciência e
Tecnologia, Aloizio Mercadante, deve ser o próximo ministro da
Educação, já que Fernando Haddad deve deixar o cargo para ser candidato à
Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2012. O senador disse que
Mercadante vinha fazendo um bom trabalho no Ministério da Ciência e
Tecnologia e que a presidente Dilma terá dificuldade para encontrar um
substituto. Outro problema, disse, é que no Ministério da Educação
Mercadante terá muita dificuldade para fazer qualquer coisa se a pasta
continuar a cuidar da educação superior e da educação de base ao mesmo
tempo.
- O ministro Mercadante é um excelente
nome, mas ele pode se perder se tiver que cuidar do ensino de base, do
nível médio e da educação superior - alertou.