Sexta, 22 de junho de 2012
Marcos ChagasRepórter da Agência Brasil
O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB) cobrou hoje (22) do Congresso Nacional e do Supremo
Tribunal Federal (STF) providências para punição de corruptos. Em nota
oficial, os integrantes do colegiado, ante as denúncias de desvio de
recursos públicos, advertiram que a sociedade chega “a colocar em xeque a
credibilidade das instituições”.
Aos deputados e senadores, os bispos cobraram resultado nas
investigações em andamento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
(CPMI) do Cachoeira. Aos ministros do STF, os integrantes da CNBB
manifestaram a expectativa de que julguem os 36 acusados pelo Ministério
Público de participar de formação de quadrilha, prevaricação, peculato e
lavagem de dinheiro no episódio do mensalão.
O processo em julgamento pelo STF é resultado dos trabalhos de
investigação da CPMI dos Correios, em 2006. De outro lado, a CPMI em
curso no Congresso investiga a participação de políticos e agentes
públicos e privados em um esquema de corrupção que seria comandado pelo
empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
“Esperamos que a CPMI dê em alguma coisa. O Congresso Nacional deve
representar nossa sociedade. Isso é fundamental para que o trabalho dos
deputados e senadores não termine em pizza”, disse o presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis.
Sobre o julgamento dos réus do mensalão no STF, a expectativa é de que
ocorra em agosto, conforme cronograma estabelecido pela Corte. “Se a
Justiça não cumpre sua missão, isso servirá de estímulo para outros
crimes”, disse o cardeal Raymundo Damasceno.
Como 2012 será um ano eleitoral, a CNBB vai estimular os padres a
debaterem com os fiéis o tema da ética pública, estimulando que os
eleitores cobrem dos candidatos compromisso com projetos que melhorem a
qualidade de vida nas comunidades e nos municípios. A orientação é que
os párocos incentivem a comunidade a promover debates com os candidatos.
O Conselho Permanente é o órgão de orientação e acompanhamento da
atuação da CNBB e dos organismos a ela vinculados. Está abaixo da
Assembléia Geral, órgão supremo da entidade, conforme o Artigo 27 do seu
estatuto canônico.