Terça, 13 de agosto de 2013
Por Gilvan Rocha*
O PT e o PCdoB, denunciam a
“imprensa golpista”, isso porque a imprensa, sob o controle do capital, tem
feito denúncias de corrupção e má conduta, de militantes dos partidos citados.
Além do mensalão, a “imprensa golpista” denunciou o caso de Santo André; o do
Toinho do PT, em Campinas; a “máfia das ambulâncias”; as trapalhadas dos
“aloprados”; as irregularidades no Ministério dos Esportes; as improbidades no
BNB... Agora essa “imprensa golpista” vem denunciar as maracutaias nas licitações
para construção e manutenção de metrôs e trens no estado de São Paulo governado
pelos tucanos.
Parece-nos que, se não fosse
essa imprensa, não nos daríamos conta dos criminosos desmatamentos da Amazônia;
do sucateamento da rede pública de saúde; da precariedade na educação; do
crescimento devastador das drogas; e de tantas mazelas e crimes perpetrados,
por esse sistema exaurido, que recebe o nome de capitalismo.
Na verdade, é inquestionável
que a chamada grande imprensa, posta-se, em última instância, como instrumento
político e ideológico de sustentação da ordem capitalista, entretanto, não
podemos desconhecer que a liberdade de imprensa, o livre debate que ela possa
permitir, é uma conquista da humanidade como são conquistas o voto universal e
secreto, o direito de ir e vir, o direito das minorias e tantas outras trazidas
no bojo da Revolução burguesa, particularmente as acontecidas nos EUA e na
França de 1789.
É bom ressaltar, em resposta
aos hipócritas ou desavisados, que essa imprensa burguesa acolheu e pagou
artigos subscritos por Karl Marx, como foi o caso do jornal The New York Times.
Fala-se contra a imprensa
burguesa, muito justo, mas onde anda a imprensa proletária? Seriam as mídias
dos sindicatos e das centrais de trabalhadores e de estudantes, portadores dessa
imprensa proletária? Ou seriam alguns jornais de partidos e movimentos de
matriz stalinista que desconhecem o direito das minorias divergentes ou melhor,
desconhece o próprio direito de divergir?
Sejamos responsáveis, não
procuremos opor à imprensa burguesa tida como golpista, mecanismos de controle
que assegurem a prática de uma abominável censura. Procuremos, sim, construir
uma imprensa proletária que seja, fundamentalmente, democrática. Deve ser essa a
nossa bandeira, o nosso propósito.
Fonte: http://gilvanrocha.blogspot.com.br/