Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 19 de novembro de 2013

48 horas sem energia

Terça, 19 de novembro de 2013

Da Redação
redacao@jornaldebrasilia.com.br
Sem energia elétrica. Foi assim que os moradores da quadra 18 do Park Way, próximo ao aeroporto internacional de Brasília, e, também, da 212 Norte, passaram o final de semana. No Park Way foram quase 48h sem fornecimento. O problema só teria sido resolvido depois que os moradores informaram à Companhia Energética de Brasília (CEB) que haviam acionado a imprensa. 


“Estarmos com um filho recém-nascido e pessoas operadas no condomínio não comovem, mas a presença dos jornalistas assusta”, lamenta o síndico do condomínio do conjunto 01, Marcelo Rech. Ele explica que os problemas no sistema elétrico da região são constantes e que só este mês já houve três panes na rede. “Abri mais de 50 chamados no final de semana e eles diziam que estavam em greve, com pouco efetivo e não tinham previsão de quando nos atenderiam. Há pessoas idosas no condomínio. Um vizinho que estava pós-operado precisou ser transferido para a casa de parentes. Falta de respeito!”, disse.

Dificuldades
Segundo Marcelo, no período em que o condomínio ficou sem energia o sistema de segurança interno permaneceu desligado e ele utilizou os próprios cães de guarda para fazer rondas noturnas e garantir a segurança dos moradores. Além disso, o portão elétrico não funcionava e ele precisou abri-lo manualmente. 

A publicitária Fa Rech, esposa de Marcelo, comenta o quanto foi difícil cuidar do bebê no período em que o condomínio ficou sem energia. “Tivemos que esquentar a água para dar banho no bebê e perdemos a comida, inclusive as papinhas dele, que estavam na geladeira. Acordamos com o cheiro dos alimentos podres”, fala. 

Gessy Rodrigues, funcionária pública e síndica do condomínio em frente ao de Marcelo, no conjunto 02, contou que lá a situação não foi diferente. “Também ficamos 48h sem energia por que usamos o mesmo transformador do conjunto 01. Fomos nós que compramos o equipamento que deu problema, não foi a CEB que o forneceu. Como se não bastasse isso, mais dois condomínios da região usam o nosso transformador, o que o sobrecarrega”, explica a síndica.

Versão Oficial

Em nota, a Companhia Energética de Brasília (CEB) informou que devido à greve, a área operacional está trabalhando com número reduzido de equipes. Só na manhã de ontem haviam 2.953 solicitações de serviços acumulados em diversos pontos do DF. A empresa esclareceu ainda que faz os atendimentos seguindo as seguintes prioridades: cabo partido, riscos de choque elétrico, áreas com hospitais e serviços de urgência e, por fim, defeitos que atinjam um grande número de unidades consumidoras. As solicitações de serviços que não se enquadram em nenhum desses critérios são atendidas por ordem de chamado pela central de atendimento comercial, pelo telefone  116.

Greve é motivo para demora

Cícero Antônio de Araújo, advogado e morador do conjunto 02 do Park Way, diz que a falta de luz é frequente e que o motor de sua piscina já queimou por isso. “Ligamos inúmeras vezes na CEB e eles se limitavam a dizer que havia chamados abertos e precisávamos aguardar. Foi muito chato”, relata.

O empresário Tiago Barbosa confirma a versão do vizinho. “Também ligamos várias vezes. Nunca ficamos tanto tempo sem luz! É um serviço de primeira necessidade, acho o movimento de greve válido mas quem paga o pato somos nós.”

Técnicos da CEB informaram que o problema ocorreu pela queima de dois fusíveis do transformador que abastece a região.  

Asa norte

Na 212 Norte a situação foi parecida. Os blocos D, E, F, G e I ficaram sem energia por quase 24 horas. O porteiro do bloco D, Adilson Gomes, trabalhou no final de semana e acompanhou a batalha dos moradores por atendimento na CEB. “O pessoal ligava e eles diziam que estava difícil atender os chamados. Quando os técnicos chegaram no domingo disseram que a falta de luz foi por causa do rompimento de uns cabos”, explicou o porteiro. 

A servidora Aída Galvão, moradora do bloco, relata que teve o liquidificador queimado. “Foi um dia inteiro subindo e descendo escadas. A CEB terá de nos ressarcir!”, exige a consumidora
Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br