André Richter, repórter da Agência Brasil
O ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas foi
contratado para trabalhar como assistente administrativo na Mísula
Engenharia, empresa com sede em Brasília. Lamas foi condenado a cinco de
prisão por lavagem de dinheiro na Ação Penal 470, o processo do
mensalão, e está preso na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal. A
autorização para trabalhar depende do presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), Joaquim Barbosa.
De acordo com contrato de trabalho enviado ao Supremo, Lamas receberá
salário de R$ 1.250,00, vale-transporte e vale-refeição no valor de R$
11 por dia. O horário de trabalho será das 8h às 18h. Ele vai auxiliar
nas atividades administrativas e financeiras da empresa, como controlar
as contas a pagar, emitir notas fiscais e elaborar relatórios
financeiros.
Na carta de trabalho, a empresa informa ao Tribunal que Lamas foi
aceito para trabalhar devido à grande experiência na área financeira.
“Foi fundamental para a nossa escolha a sua grande experiência nessa
área, destacando-se sua pró-atividade, boa comunicação, saber lidar com
números, saber trabalhar sob pressão, capacidade de organização,
dinamismo e metodologia", diz a empresa.
Por ter sido condenado a cumprir pena abaixo de oito anos, Lamas tem
direito a trabalhar. De acordo com a Lei de Execução Penal, condenados
em regime semiaberto podem trabalhar dentro do presídio, em oficinas de
marcenaria e serigrafia, por exemplo, ou externamente, em uma empresa
que contrate detentos.
Ontem (27), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao
STF parecer contra o pedido do ex-tesoureiro para trabalhar fora da
Papuda. Janot disse que as propostas de emprego anteriores não
detalharam as funções que o condenado poderia exercer.