André Richter, repórter da Agência Brasil
 O Supremo Tribunal Federal (STF) começa a decidir hoje 
(27) se os bancos devem pagar a diferença das perdas no rendimento de 
cadernetas de poupança causadas pelos planos econômicos Cruzado (1986), 
Bresser (1998), Verão (1989), Collor 1 (1990) e Collor 2 (1991). O 
plenário da Corte vai julgar cinco ações que tratam do assunto.
O julgamento não deve ser concluído hoje devido ao grande número de 
sustentações orais de entidades que vão se manifestar no processo. Os 
ministros Luis Roberto Barroso e Luiz Fux declararam-se impedidos e não 
vão participar do julgamento. Ao todo, 390 mil processos estão parados 
em várias instâncias do Judiciário aguardando a decisão do Supremo.
A principal ação a ser julgada é da Confederação Nacional do Sistema
 Financeiro (Consif), que pretende confirmar a constitucionalidade dos 
planos econômicos. Os ministros também vão analisar conjuntamente ações 
do Banco do Brasil, Itaú e Santander.
Na mesma ação, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec)
 pede que os bancos paguem aos poupadores os prejuízos financeiros 
causados pelos índices de correção dos planos inflacionários.
Nesta semana, antes do julgamento, o ministro da Fazenda, Guido 
Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reuniram-se
 com ministros do STF para defender a manutenção da validade dos planos.
  
De acordo com o procurador do Banco Central, Isaac Sidney Menezes Ferreira, o sistema bancário deve ter prejuízo de aproximadamente R$ 149 bilhões se o Supremo decidir que os bancos devem pagar a diferença. Segundo ele, o governo federal prevê a retração de crédito nos bancos públicos e privados, com a redução de crédito no sistema financeiro.
De acordo com o procurador do Banco Central, Isaac Sidney Menezes Ferreira, o sistema bancário deve ter prejuízo de aproximadamente R$ 149 bilhões se o Supremo decidir que os bancos devem pagar a diferença. Segundo ele, o governo federal prevê a retração de crédito nos bancos públicos e privados, com a redução de crédito no sistema financeiro.
O Idec discorda da estimativa de perdas feitas pelo Banco Central. 
De acordo com o instituto, o montante a ser pago pelos bancos aos 
poupadores é R$ 8,465 bilhões. Para o Idec, o cálculo do governo está 
superestimado porque não levou em consideração uma série de fatores. O 
primeiro deles foi incluir na conta o Plano Collor 1, que corresponde a 
54% do valor apresentado pela autoridade monetária. O plano, no entanto,
 não poderia ser levado em conta, pois há jurisprudência do próprio 
Supremo desfavorável aos poupadores. Com isso, a conta seria reduzida em
 quase R$ 68 bilhões, informa Flávio Siqueira Júnior, advogado do 
instituto.
Outro fator que não foi levado em conta pelo Banco Central, ao 
apresentar o cálculo, diz respeito aos poupadores que já tiveram demanda
 na Justiça e obtiveram ganho de causa. Esse valor, no caso, reduz em 
mais R$ 5 bilhões a conta. O governo, no entanto, argumenta o Idec, 
acrescentou na conta as cadernetas de poupança com valores baixos. Esses
 valores desestimularam as ações na Justiça, já que ficariam mais caras 
as custas do processo do que o valor reivindicado.
 
 
 
