Terça,
21 de julho de 2015
Alex
Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
O procurador-geral de Justiça do Ministério Público do
Amazonas (MP-AM), Fábio Monteiro, designou três procuradores de Justiça para
acompanhar as investigações policiais dos homicídios ocorridos em Manaus desde
a última sexta-feira (17). Embora o total de mortes associadas à recente série
de crimes ainda esteja sendo apurado, as autoridades e a imprensa local
contabilizam pelo menos 34 casos – o último deles foi o assassinato de um
homem, por arma branca, na tarde de ontem (20).
Entre os procuradores designados para integrar a força-tarefa
criada pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas está o próprio
coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, Mauro
Veras Bezerra. Segundo a assessoria do MP estadual, os três representantes do
órgão vão participar da investigação a fim de unificar os esforços para
identificar e responsabilizar criminalmente os envolvidos nas mortes. Além
disso, os procuradores acompanharão os esforços para elucidar se policiais
participaram dos assassinatos.
De acordo com o secretário estadual de Segurança Pública, Sérgio
Fontes, há indícios de que os crimes foram cometidos pelo mesmo grupo e nenhuma
hipótese é descartada. Para o procurador-geral de Justiça, há indícios de que,
ao menos em parte dos homicídios, houve a participação de policiais.
Há duas principais hipóteses sob investigação: ou os
assassinatos foram consequência do enfrentamento entre diversas facções
criminosas que disputam o controle do tráfico de drogas em Manaus e região ou,
ao menos parte deles, foram praticados por policiais para vingar a morte de um
sargento.
Na última sexta-feira, o sargento da Polícia Militar Afonso
Camacho Dias foi morto em um assalto na zona sul da cidade. Pelo já apurado,
Dias foi vítima de bandidos logo após deixar uma agência bancária onde sacou
uma quantia em dinheiro. Os primeiros assassinatos ocorreram poucas horas
depois. Só entre a tarde da sexta-feira e a madrugada do sábado (18) foram
registrados 23 homicídios em diferentes regiões da capital amazonense. Segundo
a Polícia Militar, ao menos oito das vítimas tinham antecedentes criminais.
Simultaneamente ao esclarecimento da série de assassinatos,
a Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações tenta esclarecer o
latrocínio – roubo seguido de morte – que vitimou o sargento a fim de tentar
entender se os casos estão relacionados.
Cerca de 500 policiais reforçam a segurança em todas as
regiões da capital amazonense, com barreiras para fiscalização de pessoas e
veículos.
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