Terça, 11 de agosto de 2015
Do site esquerda.net
Segundo o Instituto de Investigação Económica Halle, "mesmo
que a Grécia não devolva nem um cêntimo” do dinheiro investido pela Alemanha
nos planos de assistência financeira, “a bolsa pública alemã beneficiou
financeiramente da crise".
Foto PPE/Flickr
A Alemanha
"beneficiou claramente com a crise grega", em mais de 100 mil milhões
de euros, refere o Instituto de Investigação Econômica Halle, membro da
Associação Leibniz em comunicado.
“O
orçamento equilibrado na Alemanha resulta em grande parte do pagamento de juros
mais baixos devido à crise da dívida europeia”, lê-se no documento, no qual é
sublinhado que a redução das taxas de ‘bund’ de cerca de 300 pontos base
traduziu-se numa poupança de “mais de mil milhões de euros mais 100 (ou de 3%
do produto interno bruto, PIB) durante o período de 2010 a 2015”.
“Uma parte
significativa desta redução é diretamente imputável à crise grega”, esclarece o
Instituto.
“Quando
confrontados com uma crise, os investidores procuram investimentos seguros.
Durante a crise da dívida na zona euro, a Alemanha beneficiou
desproporcionalmente deste efeito: sempre que surgiam notícias más sobre a
Grécia, as taxas de juro sobre as obrigações do governo alemão caíram, e cada
vez que as notícias foram boas, estas subiram", explicam os
investigadores.
“Ao
discutir os custos para o contribuinte alemão de salvar a Grécia, estes
benefícios não devem ser negligenciados, já que tendem a ser maiores do que as
despesas, mesmo num cenário em que a Grécia não pague qualquer uma das suas
dívidas”, destacam, lembrando que a Alemanha investiu cerca de 90 mil milhões
de euros nos planos de assistência financeira, incluindo o que está agora a ser
negociado.
“Mesmo que
a Grécia não devolva nem um cêntimo, a bolsa pública alemã beneficiou
financeiramente da crise", reforçam.