Segunda, 3 de julho de
2015
André Richter - Repórter da
Agência Brasil
O juiz federal Sérgio Moro determinou hoje (3) o bloqueio
de até R$ 20 milhões nas contas do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e
outros sete investigados na 17ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta
manhã. O bloqueio é preventivo e não significa que o valor está depositado nas
contas dos investigados.
A decisão também atinge as contas do irmão do ex-ministro,
Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, e da empresa JD consultoria, que era
controlada por Dirceu. Ambos foram presos na operação. A medida tem objetivo de
garantir ressarcimento aos cofres públicos, no caso de eventual condenação.
De acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, Dirceu foi o
criador e beneficiário do esquema de corrupção na Petrobras, investigado pela
Lava Jato. Segundo os investigadores, Dirceu, na época em que era ministro da
Casa Civil no governo Lula, nomeou Renato Duque para Diretoria de Serviços da
estatal, quando foi iniciado o esquema de superfaturamento de contratos na
estatal.
A defesa de Dirceu informou que irá se manifestar somente
após ter acesso aos documentos que motivaram a prisão. Antes de ser
preso, a Justiça Federal rejeitou dois pedidos de habeas corpus preventivo do
ex-ministro. Na ocasião, o advogado Roberto Podval, que representa Dirceu,
afirmou que a eventual prisão de seu cliente não se justificaria, pois
ele está colaborando desde o momento em que passou a ser investigado na Lava
Jato. A defesa alega que o ex-ministro é alvo de uma “sanha persecutória”.