...diante da veiculação de vídeos de uma palestra nesta 2ª feira (3),
na qual, em seu discurso, o deputado bolsonaro (a letra minúscula no
nome próprio é proposital) falava das terras quilombolas quando afirmou
que “o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada.
Eu acho que nem para procriador ele serve mais”.
Atacou
ainda mulheres, gays e refugiados, e garantiu que não vai ter “um
centímetro demarcado” para reservas indígenas ou quilombolas se eleito
for presidente 2018.
Numa
total cumplicidade dos presentes este discurso de ódio foi muito
aplaudido e ovacionado com gritos de apoio, sendo chamado de “mito” por
parte da plateia.
O
que denota total comprometimento deste Clube Hebraica, por convidar
um racista, proporcionando o desagravo pela mobilização da comunidade
judaica que levou ao cancelamento do mesmo evento com bolsonaro na
Hebraica de São Paulo.
O
Movimento Negro Unificado, tendo o dever de se posicionar contra
discurso racista, recheado de intolerância e ódio e o apoio efusivo dado
pela plateia, se vê obrigado de trazer a memória destes QUE BATERAM PALMAS E RIRAM o seguinte:
Kalunga, o maior quilombo do Brasil. Cadê os obesos? |
Em
1935 foi promulgada uma lei pelo regime nazista que prescrevia que era
“digno de punição qualquer crime definido como tal pelo saudável sentimento popular”.
Uma
ética estava predominando na sociedade alemã que acolhia e fomentava a
prática do genocídio de judeus, eslavos e outros povos inferiores; durante esse regime nefasto foram apagados os valores da democracia e da tolerância e o respeito absoluto a todas as minorias.
Seguindo as Leis de Nuremberg [adotadas
pelo Reichstag em 1935, por iniciativa de Hitler], os judeus perderam
seus direitos de cidadania, de ocupar cargos públicos, de praticar
determinadas profissões, de casar-se com alemães ou de fazer uso da
educação pública. Suas propriedades e negócios foram confiscados.
Achamos que não é preciso relembrá-los do Shoá
(holocausto judeu) e suas consequências, mas caso tenham apagado da
memória, quando as tropas aliadas entraram no complexo Auschwitz
encontraram cerca de 7.500 sobreviventes, 350 mil roupas de homens, 837
mil vestidos de mulher e 7,7 toneladas de cabelo humano, mais de 1,1
milhão de judeus mortos, isso em apenas 4 anos de funcionamento (tempo
do mandato de um presidente)
OS QUE BATERAM PALMAS E RIRAM apoiaram
ideias iguais a estas que trouxemos à lembrança, apoiaram o discurso de
ódio que alimenta o genocídio da juventude negra: no Brasil, todo ano,
23.100 jovens negros, de 15 a 29 anos são mortos, um jovem a cada 23
minutos. As ruas funcionam como as câmaras de gás, promovendo o
genocídio da população negra.
OS QUE BATERAM PALMAS E RIRAM
apoiaram a emergência do nazismo tupiniquim, do igualitarismo
totalitário que vocifera: “Se você não é igual a mim, não tem direito a
existir”. Que, paradoxalmente, prega a superioridade de um modo de ser
sobre outros e termina nas tentativas de apagar pela força as diferenças
de posição social e de estilos de vida.
OS QUE BATERAM PALMAS E RIRAM
apoiaram os atos de horror do coronel do Exército Carlos Alberto
Brilhante Ustra, idolatrado pelo deputado racista, que levaram à morte
do judeu Wladimir Herzog e de Iara Iavelberg.
OS QUE BATERAM PALMAS E RIRAM são cúmplices do discurso de ódio e racismo.
Exigimos a retratação pública!
Herzog é a vítima mais notória do DOI-Codi, que Ustra comandou de 1970 a 74.
.
Sugerimos
um debate sobre as condições em que os judeus negros e judias negras
estão vivendo no estado de Israel. E sobre como o racismo institucional
tem afetado a vida destes irmãos e irmãs, em especial a juventude
israelita de origem etíope..
Quanto
ao autor do discurso de ódio e racismo (já estão sendo propostas ações
judiciais que o MNU apoia integralmente), exigimos que a Câmara dos
Deputados abra um processo disciplinar no qual deverá ser processado
para a perda o mandato.
Racistas não passarão!
Qualquer semelhança não é mera coincidência. Afinal, trata-se de um mestre...
...e de seu discípulo tardio. Difícil mesmo é entender a posição da Hebraica RJ!
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Fonte: Blogue Náufrago da Utopia