Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

A movimentação dos generais mostra que Bolsonaro continua generalizando nos erros. Mas suas escolhas civis, verdadeira tragédia grega

Por
Helio Fernandes

Por enquanto ainda é presidente eleito, mas se equivocou em todas as decisões. E como só pode fazer escolhas, fracassou amplamente, o que projeta para ele mesmo um futuro traumático não muito distante. Vai completar 1 mês que ganhou o título de presidente eleito, e acumula uma coleção de fantásticas decisões equivocadas, que provam que seu despreparo e incompetência para presidir um país como o Brasil, são congênitos e adquiridos.

A confusão, indecisão e falta de convicção ficou visível com a parte de preenchimento mais fácil, os cargos militares. Só havia a nomeação para um cargo imprescindível e um general insubstituível para preenchê-lo. O Gabinete de Segurança Institucional, (antiga Casa Militar) e o general Augusto Heleno, com tais credenciais, que deveria ter sido a primeira indicação para ocupá-lo.

Mas indicou-o para a Defesa ou pior ainda, para a Segurança, logo esvaziada pela nomeação-recompensa do apaniguado Sergio Moro. Inesperadamente, numa noite de tumulto generalizado e desencontro geral, Bolsonaro abraçou o general Heleno, surpreendeu e pacificou tudo, afirmando: "Você vai comigo para o Planalto, estará ao meu lado, e com sua formidável experiência, pode sempre me aconselhar".

Alegria, satisfação e tranqüilidade geral, que poderiam ter sido obtido antes.

No plano civil, nenhuma escolha que mereça crédito profissional. E no plano moral, várias das escolhas altamente vulneráveis, com várias indiciações e acusações, que o próprio Bolsonaro garantiu na campanha: "No meu governo não terão vez". Agora é o primeiro a defendê-los. A começar pelo arrogante futuro Chefe da Casa Civil com pelo menos duas acusações graves.

Na primeira, pediu desculpas Sergio Moro desculpou-o.  A segunda está vagando por aí. Não impediu que o presidente eleito pedisse ao presidente corrupto e usurpador para nomeá-lo Ministro Extraordinário da Transição. Mantém o título e a acusação.

Quase todos os Ministros indicados são vulneráveis ficarão pelo menos 1 ano no cargo, mas não posso deixar de citar alguns, por causa das disparatadas afirmações.

A ministra da Agricultura além das ligações perigosas, garantiu: "Ainda existe espaço para desmatamento". Nos últimos tempos o território desmatado, é maior do que toda a Itália. Os criminosos, (é de crime que se trata) continuam desmatando e enriquecendo. A ministra não falou em terras para desassistidos como indígenas e quilombolas.

O ministro da Saúde, último indicado, ortopedista cheio de ideias e de acusações. Apresentou vastos planos, não teve tempo de se defender. Estará igual a quase todos os colegas. Raros escapam.

O importantíssimo cargo de presidente da Petrobras, foi preenchido pelo autor de um artigo pregando e defendendo a privatização, (leia-se DOAÇÃO) da empresa. Muitos já tentaram, conseguiram pelo menos os leilões das reservas, a preços degradantes, humilhantes, revoltantes.

PS- Para terminar o assunto, uma afirmação pública e garantida.

PS2- Leilões com preços de mercado e pagamento à vista ou no máximo em 5 anos, contem com meu apoio e entusiasmo.

PS3- O ultimo leilão, (que combati) rendeu à empresa, 35 por cento do valor de mercado. E para receber em 35 anos.

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Fonte: Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa.
Matéria pode ser reproduzida com citação do autor.