Sexta, 23 de novembro de 2018
Da
Nações Unidas no Brasil — ONUBr
A autonomia e a transformação social de pessoas que vivem em situação de rua foram tema de seminário realizado esta semana, em Brasília (DF). Promovido por Revista Traços, Universidade de Brasília (UnB) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o evento contou com o apoio e participação do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).
No evento, o UNFPA levou para o debate a campanha da ONU Brasil Vidas Negras, que defende o fim da violência contra a juventude negra no país e lembra a importância do enfrentamento ao racismo.
A autonomia e a transformação social de pessoas que vivem em situação de rua foram tema de seminário realizado nos dias 20 e 21 de novembro, em Brasília (DF). Realizado pela Revista Traços, Universidade de Brasília (UnB) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), evento contou com o apoio e participação do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), que levou para o debate a campanha Vidas Negras e a importância do enfrentamento do racismo.
Durante a mesa “População em situação de rua em foco”, realizada na quarta-feira (21), Anna Cunha, oficial de programa do UNFPA, debateu com Paula Regina Gomes, professora do Núcleo de Estudo para Paz e Direitos Humanos da UnB, a importância de um olhar mais atento a essa parcela tão fragilizada da população.
Segundo a professora, o direito à cidade é fortemente negligenciado a quem está em situação de rua. De acordo com ela, a visão que muitos têm da população de rua, de que seriam pessoas drogadas e transtornadas, a distancia ainda mais das possibilidades de cidadania e tratamento digno.
“A cidade não é um espaço de pertencimento do ponto de vista da aceitação da sociedade das pessoas em situação de rua”, afirmou a professora. “A discriminação eleva para um nível de exclusão social muito alto. Estamos sofrendo um processo de extrema exclusão, até o nível da negação do outro”.
Para a oficial do UNFPA, o racismo aprofunda ainda mais essas desigualdades e esse processo de exclusão. Durante o evento, ela apresentou a campanha Vidas Negras, promovida pelas agências do Sistema das Nações Unidas no Brasil pelo fim da violência contra a juventude negra no país.
“Se não tomarmos medidas políticas sobre essas questões estruturais, dificilmente isso será revertido. Não podemos ter medo de falar sobre racismo”, destacou Anna Cunha.
Segundo informações do último censo realizado pela Secretaria de Estado do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (SEDESTMIDH), existem mais de 7 mil pessoas em situação de rua somente no Distrito Federal. No Brasil, são cerca de 100 mil pessoas.
Para saber mais sobre a campanha Vidas Negras, acesse http://bit.ly/vnegras