Terça, 27 de novembro de 2018
Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna
Na condição de presidente da Casa, melhor demonstração de moralidade administrativa do deputado Joe Vale (PDT) seria retirar o projeto da LUOS da pauta e deixar que os novos distritais se debrucem sobre a proposta a partir de 2019.
Por Chico Sant’Anna
A Câmara Legislativa do Distrito Federal resolveu imitar torcedores argentinos do River Plate e do Boca Juniors e abrigou a maior pancadaria já registrada naquela casa. Não era o título da Libertadores e sim o futuro fundiário do Distrito Federal que já vive problemas crônicos de mobilidade e, agora, de crise hídrica. Por de trás de cada artigo da nova lei, milhões de reais poderão estar em jogo.
Não é novidade de que a questão fundiária move interesses econômicos milionários na Capital Federal. Gente graúda já foi parar na Papuda, mesmo assim, no apagar das luzes, o governo Rollemberg e a CLDF querem aprovar a qualquer custo a Lei de Uso e Ocupação do Solo – Luos antes que a gestão acabe. Também haveria interesse do futuro governador, Ibaneis Rocha, cuja campanha foi abraçada por importantes setores econômicos do DF. Que interesses movem tanta pressa de um governo que não foi reeleito e de uma CLDF onde apenas oito dos atuais distritais foram reconduzidos? Na condição de presidente da Casa, melhor demonstração de moralidade administrativa do deputado Joe Vale (PDT) seria retirar o projeto da pauta e deixar que os novos distritais se debrucem sobre a proposta a partir de 2019.
Telecatch
A pancadaria se deu num fórum convocado pela comissão de Assuntos Fundiários, presidida por Telma Rufino (Pros). Professores universitários, ambientalistas, pessoas que usam da palavra sua maior arma, foram brutalmente agredidos. A secretaria executiva do Fórum das ONGs Ambientalistas do DF, professora Mônica Veríssimo, foi pisoteada diante de uma polícia legislativa inerte e incapaz de manter a segurança dos presentes.
