A PETROBRAS PERTENCE AO POVO BRASILEIRO
Por
Wladmir Coelho
A Petrobras foi criada para
garantir a autossuficiência petrolífera nacional acarretando este fato a
estruturação de formas para a extração e refino somados a garantia do
fornecimento de matéria prima ao setor produtivo nacional.
Encontramos neste objetivo criador
da Petrobras a necessidade de controle de toda a cadeia produtiva do setor
resultando deste o princípio do monopólio estatal do petróleo instituído em
1953 através da Lei 2004.
O monopólio estatal do petróleo,
como podemos observar, representa o fundamento para superação do modelo
econômico de base colonial considerando o rompimento, contido em sua
formulação, com a simples exportação de um produto primário assumindo o Estado
a condição de fomentar a criação de um setor produtivo em condições de desenvolver
o mercado interno.
Observe neste ponto o fator
diferenciador entre a Petrobras e as demais empresas internacionais privadas
ficando estas com o compromisso do lucro aos seus acionistas enquanto a
primeira constitui parte vital da estratégia de superação do atraso econômico.
A Constituição de 1988 reafirmou
este princípio de proteção ao mercado interno até o governo de Fernando
Henrique Cardoso quando o monopólio da Petrobras foi sepultado em nome da
abertura comercial e livre concorrência.
Discurso semelhante adota Jair
Bolsonaro, contudo o próximo presidente e seu vice disfarçam o fato entreguismo
criando uma divisão na empresa e afirmam salvar da entrega aos oligopólios o
“núcleo duro” da Petrobras como apelidou o general Hamilton Mourão a extração
petrolífera.
A Petrobras interessa ao Brasil em
sua integridade como forma de garantir a necessária política de recuperação
econômica somado ao financiamento dos direitos sociais com destaque à educação
e saúde.
A indicação de Roberto Castello Branco,
para a presidência da Petrobras, apenas confirma os objetivos antinacionais do
futuro governo ignorando, o futuro presidente e seu vice, as razões da criação
da Petrobras revelando as reais intenções antinacionais ao indicar para
presidência da petrolífera um agente dos interesses do império.
O curioso neste ponto é observar o
quanto revelam-se contraditórias as falas do presidente eleito e seu vice.
Proclamam-se patriotas, mas submetem-se ao controle dos Estados Unidos.
Afirmam-se conservadores, mas não conservam nada, ao contrário, retrocedem e
assumem a mesma reação dos colonizadores diante de Tiradentes.
A privatização da Petrobras
representa a submissão aos interesses dos oligopólios internacionais. O dever
dos defensores do Brasil, seus trabalhadores, estudantes, militares patriotas
deve ser exigir a estatização da Petrobras e imediato retorno de seu monopólio.