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(Millôr Fernandes)

terça-feira, 27 de novembro de 2018

OPAS: mais de 1,3 mil profissionais do Mais Médicos já voltaram para Cuba

Terça, 27 de novembro de 2018
Do ONU no Brasil
Os médicos atuavam em 16 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) e em 733 municípios de 26 unidades federativas. Por enquanto, não houve saída apenas no Acre. Outros voos estão previstos para partir ao longo dos próximos dias.
Médicos cubanos embarcam em voo com destino ao seu país de origem. Foto: OPAS/Karina Zambrana
Médicos cubanos embarcam em voo com destino ao seu país de origem. Foto:OPAS/Karina Zambrana
Está em andamento o processo de retorno dos médicos da cooperação internacional entre Brasil, Cuba e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) no programa Mais Médicos. Até o momento, foi confirmada a saída de 1.307 profissionais cubanos do território brasileiro, em sete voos fretados com destino à ilha caribenha.
Os médicos atuavam em 16 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) e em 733 municípios de 26 unidades federativas. Por enquanto, não houve saída apenas no Acre. Outros voos estão previstos para partir ao longo dos próximos dias.
A possibilidade de cooperação internacional com a OPAS para o programa Mais Médicos foi aprovada em 2013 pela lei brasileira 12.871, que foi discutida, tramitada e aprovada no Congresso Nacional. Posteriormente, em 2017, a legislação foi ratificada pelo Supremo Tribunal Federal.
Essa lei permitiu a existência do acordo de cooperação internacional que estabeleceu, como papel da OPAS, a articulação de acordos entre Brasil e Cuba, viabilizando a mobilização de médicos cubanos para atuar no Sistema Único de Saúde brasileiro.
A OPAS também tem contribuído com o monitoramento e avaliação dos resultados e impactos do Mais Médicos, bem como na gestão e disseminação do conhecimento gerado pela iniciativa. A Organização também apoia o treinamento de profissionais e fortalecimento da educação em saúde para médicos (em temas como prevenção da febre amarela e redução de casos de mortalidade materna), entre outras ações relacionadas à melhoria da atenção primária à saúde no Brasil.
Os profissionais cubanos do Mais Médicos começaram a atuar em 2013 em Unidades Básicas de Saúde brasileiras, para prover emergencialmente médicos para populações vulneráveis. Dentro dessa perspectiva, o número de médicos cubanos da cooperação foi sendo gradualmente reduzido, nos últimos cinco anos, de mais de 11 mil para cerca de 8,3 mil.

Saúde universal

O Mais Médicos demonstrou ser, nos últimos cinco anos, uma experiência exitosa, que propicia ao Brasil um caminho sólido para alcançar a saúde universal (tema do Dia Mundial da Saúde 2018) – ou seja, garantir que todas as pessoas e comunidades, em todos os lugares, tenham acesso aos serviços de saúde sem sofrerem qualquer forma de preconceito ou dificuldades financeiras. Várias evidências científicas têm demonstrado a satisfação da população e a aprovação dos gestores, além de melhorias em indicadores de cobertura, acesso, qualidade do cuidado e equidade no SUS.
Além disso, o programa tem focado no fortalecimento da atenção primaria de saúde (que corresponde à área de atenção básica no Brasil). Esse setor é geralmente o primeiro ponto de contato que as pessoas têm com um sistema de saúde. Na sua essência, a atenção primária em saúde (APS) cuida das pessoas, em vez de simplesmente tratar doenças ou condições específicas. Oferece atendimento abrangente, acessível e baseado na comunidade, podendo atender de 80 a 90% das necessidades de saúde de um indivíduo ao longo de sua vida.
Isso inclui um espectro de serviços que vão desde a promoção da saúde (por exemplo, orientações para uma melhor alimentação) e prevenção (como vacinação e planejamento familiar) até o controle de doenças crônicas e cuidados paliativos.
Evidências científicas internacionais têm demonstrado que um sistema baseado em uma APS forte oferece melhores resultados, mais eficiência e maior qualidade de atendimento em comparação com outros modelos.