Sábado, 24 de novembro de 2018
De acordo com levantamento do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), pelo menos 285 cidades e 36 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) ficaram sem médico em equipes de prevenção com a saída de profissionais cubanos.
Por Agência
Brasil* Brasília
O ex-presidente e líder do Partido Comunista de Cuba,
Raúl Castro, recebeu 201 profissionais cubanos que integravam o
programa Mais Médicos no Brasil e que chegaram a Havana. Acompanhado
do segundo do partido, José Ramón Machado, e de um grupo de líderes políticos,
Castro foi até o avião para cumprimentar os profissionais.
No
último dia 14, o Ministério da Saúde de Cuba anunciou o rompimento do acordo com o Mais Médicos.
O governo cubano informou discordar das exigências feitas pelo governo do
presidente eleito, Jair Bolsonaro, e também sinalizou incômodo com as críticas
feitas por ele. Desde então, profissionais cubanos deixam o Brasil.
A estimativa é que, de forma escalonada, até dezembro,
os outros 8.332 profissionais de Cuba vinculados ao Mais Médicos regressem
ao país de origem.
O diretor da Unidade Central de Colaboração Médica de
Cuba, Jorge Delgado, reiterou que o processo de retirada dos profissionais da
saúde do Brasil será "ordenado, seguro e digno".
"Os médicos estão muito dispersos, em mais de 2.500
municípios na grande extensão territorial do gigante sul-americano, razão pela
qual há vários dias começaram a transferir-se de seus locais de residência até
as cidades de onde partirão os voos para a Ilha", afirmou Delgado
referindo-se ao retorno para Cuba.
O primeiro grupo de 205 colaboradores
sanitários que retornou ao país foi recebido pelo presidente cubano,
Miguel Díaz-Canel, que ressaltou o "desinteresse, altruísmo e entrega
plena" com que cumpriram sua missão nos lugares mais necessitados de
assistência sanitária no Brasil.
Programa
O Mais Médicos foi criado em 2013 pela então
presidente Dilma Rousseff com o objetivo de garantir a assistência médica
a comunidades desfavorecidas nas comunidades e regiões remotas do Brasil.
A presença cubana nessa iniciativa foi estipulada por meio
de um convênio com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e representava
mais da metade dos profissionais contratados pelo programa.
De
acordo com levantamento do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de
Saúde (Conasems), pelo menos 285 cidades e 36 Distritos SanitáriosEspeciais Indígenas (Dseis) ficaram sem médicos em equipes de
prevenção com a saída de profissionais cubanos.
O
Ministério da Saúde abriu nesta semana edital para seleção de
profissionais que substituirão os cubanos que deixarão o Brasil. As inscrições ficam abertas até o dia 7 de
dezembro.
*Com
informações da ACN, agência pública de informações de Cuba, e EFE