Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 12 de janeiro de 2019

Escola! Direita, volver! Ordinário, estude!

Sábado, 12 de janeiro de 2010
Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna
Professores e alunos terão que usar uniformes específico com identificação segundo normas policiais. A prática de tornar o uso da farda obrigatório já acontece em outras localidades do Brasil que possuem colégios militarizados. Nessas instituições, até mesmo as crianças da pré-escola e do ensino fundamental são obrigadas a vestir uniformes que se assemelham com os da Polícia Militar.

Vem ai a militarização das escolas públicas do DF. Se lograr alcançar a meta de militarizar a gestão de 40 escolas públicas, Ibaneis colocará em desvio de função de 800 a 1.000 Policiais Militares e Bombeiros, fragilizando corporações que já estão com carência de pessoal.
Por Chico Sant’Anna
Não se espante se o seu filho ao chegar à escola, tiver que bater continência, encontrar a pedagogia dos quartéis e que, juntamente com seus afazeres escolares, tiver ordem unida no currículo escolar.
Isso por que, querendo surfar na hipotética aceitação popular do presidente Bolsonaro, o governador Ibaneis Rocha decidiu implantar antes mesmo do Planalto, o seu programa de militarização das escolas. No DF, não serão as Forças Armadas a conduzir a vida escolar de um grupo de 40 colégios, mas sim suas forças auxiliares, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros.
Com o pretexto de combater a violência escolar, o Governo do Distrito Federal anunciou ao Sindicato dos Professores do DF – Sinpro, no dia 11, a intervenção militar em quatro escolas públicas do DF. O projeto piloto, que faz parte do programa SOS Segurança, terá o que foi oficialmente denominado parceria com a Polícia Militar. Na prática, Ibaneis implanta a lei marcial nos colégios atingidos. Uma postura surpreendente para quem presidiu a Ordem dos Advogados do Brasil que tem por missão zelar pela democracia brasileira.
A meta é chegar a 40 estabelecimentos de ensino. Os primeiros enquadrados serão o Centro Educacional 1 da Estrutural, CED 3 de Sobradinho, CED 308 do Recanto e CED 7 de Ceilândia. A iniciativa é inédita na Capital Federal, nem no tempo da Ditadura Militar colégios da rede pública de ensino estiveram sob a tutela militar, fosse ela da PM ou das Forças Armadas. Se lograr alcançar a meta, Ibaneis estará colocando em desvio de função de 800 a 1.000 Policiais Militares e Bombeiros, fragilizando corporações que já estão com carência de pessoal.