Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Todos à Câmara Legislativa, amanhã, quarta (24), às 13h; é a luta contra o 'Excremento do Demônio* '

Quarta, 23 de janeiro de 2019

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                                                          MANIFESTAÇÃO!!!

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A Associação dos Estudantes de Medicina do DF (AEMED-DF), a Associação Médica de Brasília (AMBr) e o Sindicato dos Médicos do DF convocam todos os estudantes para manifestação dia 24/01 às 14 horas, no auditório da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Toda a movimentação médico-acadêmica gira em torno do prejudicial projeto de lei encaminhado pelo Governador Ibaneis Rocha à CLDF, que visa transformar a SES-DF em Organização Hospitalar do Distrito Federal (OHDF), transformando a administração de todos os hospitais públicos, UPA’s e SAMU em OSS (Organização Social de Saúde). 

❓Mas o que eu estudante tenho com isso?
Na prática isso impacta diretamente nas residências médicas como ocorreu com a residência de oncologia do IHBDF que foi descredenciada pelo MEC, além de outras residências que tiveram seus principais preceptores remanejados e trocados por profissionais mais baratos, sem experiência e sem currículo para supervisionar e formar um verdadeiro especialista, muitos desses recém-egressos da residência.

❗Mas eu não sou residente!
Ainda não, e esperamos que não tenha que sair de Brasília pra fazer uma residência de qualidade, mas até lá os cenários de internato sofrerão com a mesma perda da qualidade do ensino de staffs e preceptores gabaritados que necessariamente precisam ter vínculo com o hospital. A perda desses profissionais significa uma má supervisão e discussões de casos pobres impactando diretamente em um serviço de má qualidade para o paciente, que muitas vezes não terá diagnóstico fechado e nem seguimento correto de seu tratamento, devido à necessidade de produtividade e dados falaciosos desse modelo de gestão impedindo o ensino de qualidade. 

O banheiro do hospital vai melhorar? A parede vai estar pintada? Vai ter um rapaz de gravata sorrindo na entrada e cartazes pela parede? Provavelmente sim, pois esse tipo de modelo coloca a “hotelaria” como pilar principal, esquece que a função do Hospital é a assistência a saúde e considera discussão de casos complexos como “baixa produtividade”. Mas vale atender 50 faringoamigdalites do que investigar uma síndrome de imunodeficiência que está por trás, pois um único caso raro apesar de aprendizado e conhecimento científico para humanidade, não gera números aos executivos desse modelo de gestão centrado em números.

❓E eu que estudo na ESCS? 
A ESCS possui um corpo docente formado por profissionais da SES que o mesmo projeto pretende extinguir.

*❓E eu que estudo na UnB? *
Continuará com o HUB, mas muito provavelmente perderá os cenários da SES. 

❓E eu que estudo no UniCEUB? 
O HRSM será o primeiro hospital a ter esse modelo implementado.

❓E eu que estudo na UCB e na Faciplac? 
Demorará mais um pouco, mas não escaparão dos mesmos efeitos.

❓E eu que passei no concurso? 
Provavelmente não será chamado.

❓E eu que assumi o concurso? 
Será remanejado em curto prazo e terá sua carreira extinta em longo prazo.

*❓E eu que passei na residência? *
Terá um futuro incerto, podendo acabar como a Oncologia do IHDF.

Obs1: O plenária da CLDF está em reforma, à assembleia será no auditório mesmo.

Obs2: As entidades médicas entrarão em contato com todos os hospitais orientando a dispensa dos internos do serviço, independente de sua faculdade.

CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS OS INTERNOS, FUTUROS INTERNOS, RESIDENTES E FUTUROS RESIDENTES, POIS SEUS FUTUROS COLEGAS MÉDICOS JÁ CONFIRMARAM PRESENÇA!!!

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Todos à Câmara Legislativa, amanhã (24), às 13h!

Médicos do quadro da Secretaria de Estado de Saúde do DF se reuniram em assembleia geral extraordinária na sede do SindMédico-DF para definir posicionamento e ações em relação à proposta de privatização da rede pública de saúde, proposta pelo atual governo em projeto de lei encaminhado à Câmara Legislativa em regime de urgência para votação em convocação extraordinária, nesta quinta-feira, às 15h.

Analisados os diversos aspectos a conclusão é que a medida provoca danos ao sistema público de saúde do Distrito Federal e a precarização das carreiras, salários e aposentadorias dos servidores da Saúde. Por isso, a categoria continua em assembleia permanente, com todos os médicos convocados a comparecer à Câmara Legislativa na quinta-feira, 23, às 13h, para pedir a retirada de pauta do projeto de lei. Também será pedida audiência urgente com o governador ainda nesta quarta-feira.

“É um assunto complexo que não pode ser tratado desta forma, sem passar pelo Conselho de Saúde e sem sequer haver discussão nas comissões da Câmara Legislativa e realização de audiências públicas e participação dos órgãos de controle”, destaca o presidente do SindMédico-DF, Dr. Gutemberg.

Vários dos participantes ressaltaram que o governo propõe a medida exatamente no momento em que o estado de Goiás, que adotou medida semelhante, acaba de decretar estado de calamidade financeira, como já aconteceu no Rio de Janeiro.

Na Câmara Legislativa
As deputadas Arlete Sampaio, Júlia Lucy e o deputado Jorge Vianna, que se posicionaram pela retirada do projeto, compareceram à assembleia, explanaram sobre as falhas no projeto e destacaram ser indispensável a presença dos trabalhadores durante a sessão da CLDF, na quinta-feira.

Estima-se que nem todos os parlamentares estarão em Brasília para participar da votação e que, até o momento, o governo tem grande chance de fazer aprovar o projeto. Por isso, é indispensável a pressão.

Três versões de projeto em menos de uma semana
Desde que foi apresentado na última quarta-feira, o projeto, que é atribuído ao secretário Osnei Okumoto, recebeu três redações diferentes. “Como o governo quer fazer passar uma proposta dessa importância se eles mesmos não conseguem definir exatamente o que está sendo proposto?”, questiona o vice-presidente do Sindicato, Carlos Fernando.

Na última versão, em vez de Organização Hospitalar do Distrito Federal, o Instituto Hospital de Base passaria a Instituto de Gestão Estratégica da Saúde do Distrito Federal (IGESDF). Tentaram fazer o texto parecer menos danoso retirando expressões como “quadro em extinção” e deixando-o mais enxuto e, no primeiro momento, restringindo a privatização às UPA’s, Hospital de Santa Maria, Hospital Materno Infantil de Brasília e Hospital Regional de Taguatinga. “A verdade é que os efeitos continuam nefastos para os servidores e que o modelo será estendido a toda a rede de saúde na hora que o governo bem entender”, afirma Dr. Gutemberg. Segundo o deputado Jorge Vianna, haveria ainda uma nova versão do projeto sendo preparada pela equipe de Okumoto.

Representantes da Comissão de Assuntos Parlamentares do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF), da Associação Médica do Distrito Federal (AMBr), da Academia de Medicina de Brasília (AMeB), da Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR) e da Associação dos Estudantes de Medicina do Distrito Federal (AEMED-DF) e dos estudantes do curso de medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde do DF também participaram do encontro. 

Todos defendem a abertura de negociações e criação de grupo de trabalho com representantes de trabalhadores, órgãos de controle externo e de controle social para a elaboração de proposta alternativa que promova melhora na prestação de assistência à população de forma sustentável em sem prejuízo aos trabalhadores da saúde e suas famílias.

O SindMédico-DF disponibilizará ônibus partindo do sindicato (Centro Clínico Metrópoles – 607 Sul) para A Câmara Legislativa, às 12h30.
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*"Excremento do Demônio". Termo usado por Jofran Frejat em áudio que roda o WhatsApp, em que o ex-secretário de Saúde do DF comenta o Projeto de Lei enviado pelo governo do DF à CLDF, e que representa privatização da saúde. No áudio abaixo, preste especial atenção dos 2'50" até os 3 minutos.