Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Jornalista com acesso privilegiado aos bastidores do poder sustenta: o que Bolsonaro fez foi quimioterapia

Quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019
Do Náufrago da Utopia
Celso Lungaretti

Goste-se ou não das opiniões políticas da Eliane Cantanhêde, ela é uma profissional extremamente competente e responsável, que, ademais, tem acesso privilegiado aos altos escalões e é uma das melhores fontes de informações sobre o que rola nos bastidores do poder que eu conheço na grande imprensa.

Então, jamais deve ser subestimada a importância da sua afirmação, num programa da rádio Eldorado FM, de que o presidente Jair Bolsonaro recebeu alta hospitalar nesta 4ª feira (13) após receber sua última dose de quimioterapia no hospital Albert Einstein.


Ela vem ao encontro da tese sustentada pelos autores do vídeo A facada no mito, de que o atentado decisivo para o desfecho da eleição presidencial de 2018 foi uma armação e que, quando hospitalizado, Bolsonaro fez, na verdade, tratamento oncológico.

Quando divulgaram o vídeo, fui um dos primeiros (vide aqui) a me posicionar sobre o fato de que a minuciosa reconstituição de imagens provou irrefutavelmente que não houve um maluco esfaqueando um candidato, mas sim uma ação coordenada de várias pessoas, inclusive Bolsonaro, todas agindo com o mesmíssimo objetivo.

Continuo esperando que os colegas da grande imprensa investiguem pra valer o ocorrido e ouçam, uma por uma, aquelas pessoas que rodeavam Adélio Bispo de Oliveira o tempo todo, muito mais protegendo a ele e facilitando a sua ação do que cuidando da segurança do candidato.

Na ocasião, deixei de me manifestar sobre duas hipóteses levantadas no vídeo que me pareceram plausíveis, mas sem elementos de comprovação: a de que a arma do não-crime teria sido do tipo navalha espanhola (cuja lâmina salta ou se retrai ao apertar-se um botão) e de que o verdadeiro atendimento médico por ele então recebido tivesse sido de um tumor. 

Fixei-me no que era mais sólido, ou seja, as imagens do atentado – nestas, se olhadas com atenção, a verdade salta aos olhos.

Mas, se a Cantanhêde arrisca sua reputação e credibilidade sustentando que Bolsonaro recebeu quimioterapia, trata-se, no mínimo, de mais um motivo para se fazer uma investigação jornalística em profundidade do episódio. Até porque a inexistência de alguma reportagem deste tipo é altamente suspeita.

O vídeo continua no ar: vejam-no e tirem suas conclusões.