Do site da Ponte
31/10/19 por Arthur Stabile
Após denúncia da Ponte, Corregedoria da PM investigará Norberto Florindo Júnior, que revela ter cometido chacinas, matado mulheres grávidas, bebês e 100 suspeitos em socorro médico
O MP (Ministério
Público) de São Paulo confirma que a Justiça solicitou a abertura de investigações
após as reportagens divulgadas pela Ponte.
O promotor de Justiça Militar Edson Correa Batista concordou com o pedido e,
assim, a Justiça encaminhou a investigação para a Corregedoria da PM. A série
de reportagens também mostrou que a AlfaCon possui como acionista aSomos Educação, controlada pela Kroton, maior grupo privado de
educação do Brasil e como o fundador da empresa, Evandro Guedes, exalta tortura
cometidas quando agente penitenciário federal.
Corregedor da PM
paulista, o coronel Marcelino Fernandes ainda não havia recebido a determinação
quando questionado pela Ponte.
No entanto, explica que existe, sim, a possibilidade de Norberto responder por
atos cometidos enquanto policial militar. “Se não estiver prescrito, os crimes
são apurados”, explica Marcelino.
Nas gravações, o
professor de Direito ensina aos aspirantes a policiais militares técnicas de
tortura e execução. Entre as práticas, mostra como se deve matar um suspeito
baleado. “Bandido ferido é inadmissível chegar vivo ao pronto-socorro. Só se
você for um policial de merda. Você vai socorrer o bandido, como?! Com esta
mão, você vai tampar o nariz e, com esta, a boca”, diz Norberto, revelando ter
prestado “100 socorros, eu nunca perdi um paciente [risos]. Todos que socorri
chegaram mortos, todos”.