Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Eduardo Paes pode ficar sem lenço e sem documento

Quinta, 24 de maio de 2012
A disputa pela Prefeitura do Rio de Janeiro vai ferver. O atual prefeito, Eduardo Paes (PMDB), se enrola cada vez mais à frente do governo municipal e, de quebra, sua imagem se identifica com a de Sérgio Cabral, o governador de Paris, ops, do Estado do Rio.

Cabral, amigão do dono da Delta, aquele enrolado com o Pac e o Cachoeira, está com o prestígio, como diz o baiano, “4 dedos abaixo do fundo do cachorro”. E olha que o cachorro aí é daqueles bem baixinhos. Não consegue transferir prestígio —pois não os tem mais—, mas fluidos ruins para Eduardo Paes.

Na corrida pela prefeitura da capital do Estado do Rio, chegando vinha o vereador Marcelo Freixo (Psol), defensor dos direitos humanos e jurado de morte pelas milícias, que são grupos de bandidos. Por falar em milícias, o maior apoiador da candidatura à reeleição de Eduardo Paes, o governador Sérgio Cabral, quando do aparecimento mais ostensivo desses grupos de criminosos chegou a falar na TV que a partir daquele momento os bandidos iam ver uma coisa. Seriam combatidos também pelas milícias.

Marcelo Freixo foi chegando devagar na corrida pela Prefeitura. De mansinho, passou agora a, talvez, o mais forte concorrente de Eduardo Paes. Fala-se que o segundo turno na cidade do Rio de Janeiro deverá ser disputado entre Freixo e Eduardo.

Coisa que não se via há muito tempo nas disputas municipais está acontecendo com Freixo. Ele está recebendo o apoio de grandes nomes da música brasileira. Depois dos apoios de Gilberto Gil, Milton Nascimento, Djavan e Marisa Monte, acaba de receber os de Chico Buarque e Caetano Veloso.

Eduardo Paes corre grande risco de, a partir de outubro deste ano, época das eleições, ficar "sem lenço e sem documento". Ou levar um bom tempo "esperando na janela", como fala a música de Gil.