Domingo, 10 de junho de 2012
Do Blog do Pannunzio
Do Blog do Pannunzio
Vi muitas coisas estranhas, tristes e constrangedoras lendo os Arquivos Digitais da Revista Veja dos anos 60 e 70. Mas nada parecido com o que vocês vão ler abaixo.
Aqui, não se trata de fulanizar a crítica, voltando a responsabilizar o editor da publicação na primeira metade dos anos 70, o jornalista Mino Carta, pelo alinhamento da publicação com o regime militar. Esse atrelamento ficou bem descrito e demonstrado nos posts anteriores que compõem a série Especial Ditadura. Como esses posts já foram igualmente objeto de critica e de uma explicação do editor, darei agora um passo adiante.
Passo a contar duas histórias muito diferentes acerca de um mesmo personagem que teve um fim trágico, o militante da VPR Massafumi Yoshinaga, jovem guerrilheiro que virou uma espécie de prenda involuntária do regime militar à custa de muita humilhação e torturas. Uma pertence ao campo do jornalismo. Outra, ao da História.
Em 15 de julho de 1970, o rosto desse jovem foi exibido na capa de Veja ao lado da manchete “Terror Renegado”, reproduzida no alto desta página.
A reportagem foi apresentada em editorial assinado por Mino com a seguinte justificativa: “alguns moços, ex-integrantes de bandos terroristas, descobriam e declaravam que o caminho da subversão não leva ninguém a nada”.
A reportagem, que começa na página 16, recebeu o título “Autocrítica do Terror”. Começa descrevendo a alegria do ditador Médici com as menções elogiosas do ex-militante da VPR à Transamazônica, a suas incursões pelo Nordeste e à extensão do mar territorial brasileiro para 200 milhas.