Sexta, 10 de agosto de 2012
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Uma manifestação pacífica na Praia de Copacabana
relembrou um ano da morte da juíza Patricia Acioli, assassinada a tiros
na noite do dia 11 de agosto do ano passado. A organização não
governamental (ONG) Rio de Paz colocou 21 fotos de balas de revólver com
manchas de sangue, com aproximadamente 50 cm de altura, na areia da
praia, simbolizando os projéteis disparados contra o carro onde estava a
juíza.
Quem passava pela orla da praia podia ler ainda uma faixa com a
seguinte frase: “21 tiros na Justiça: um ano da morte da juíza Patricia
Acioli”. A faixa foi colocada em frente às fotos das balas de revólver.
Para o presidente da Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, o assassinato
de Patricia Acioli foi um atentado à sociedade brasileira. “Se queremos
que os valores democráticos e as virtudes que dão coesão e beleza à
vida em sociedade façam parte da alma do povo brasileiro, a data da
morte de Patricia Acioli não pode ser esquecida”, disse.
Costa destacou também o empenho de Acioli em combater o crime
organizado na cidade de São Gonçalo, onde era juíza da 4ª Vara Criminal.
“Ela lutou com coragem e autonomia pelo direito à vida, combatendo
grupos de extermínio. Os 21 tiros desferidos contra sua vida representam
a tentativa de silenciar a Justiça.”
O primo da juíza assassinada, Carlos Schramm, que esteve no ato,
acredita que é necessário investigar o motivo pelo qual a magistrada
estava sem escolta policial desde 2007. Segundo ele, a justificativa
dada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) não coincide com
documentos apresentados pelo advogado da família. “Patricia foi morta
sozinha e alegaram que ela não queria escolta, mas foi provado por
documentação”, alegou.
As investigações do caso revelaram o envolvimento de 11 policiais
militares na morte de Patricia Acioli, 47 anos, dentro de seu carro na
porta de casa, em Niterói. Entre eles, o ex-comandante do Batalhão de
Polícia Militar de São Gonçalo, o tenente-coronel Cláudio Luiz Silva, e o
tenente Daniel Santos Benitez Lopes, apontados como mentores do crime.
Todos os acusados responderão pelo crime de homicídio triplamente
qualificado pela morte da juíza.
Os atos para lembrar a morte de Patricia Acioli prosseguem amanhã
(11), data que marca um ano do atentado. Uma missa será realizada às 11
horas na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, a pedido TJRJ. Em
Niterói, na região metropolitana do estado e cidade onde Acioli morava, a
Rio de Paz vai fazer outra manifestação. O ato está marcado para as 18
horas na Praia de Icaraí.
= = = = = = = = = = = = = =
= = = = = = = = = = = = = =