Sábado, 18 de agosto de 2012
Carlos Newton, da Tribuna da Internet

Queiroz está todo enrolado
Parece brincadeira, mas é verdade. Não respeitam nem mesmo as
determinações do Congresso Nacional, através de suas Comissões
Parlamentares de Inquérito. Dois meses após receber a ordem de
encaminhar à CPI do Cachoeira a movimentação bancária do governador
Agnelo Queiroz (PT-DF), o BRB (Banco de Brasília), controlado pela
gestão do petista, ainda não entregou as informações.
O pedido de quebra de sigilo, para revelar quem recebeu e depositou
dinheiro na conta de Agnelo nos últimos dez anos, foi feito em 18 de
junho, com um prazo de dez dias para a resposta. Mas a direção do BRB
não está nem aí;
Em 2 de julho, o BRB pediu mais 90 dias para cumprir a ordem, mas a
extensão do prazo não foi concedida, conforme a presidência da CPI. E o
atraso é incomum. Outros bancos têm contribuído com a investigação
parlamentar, e essa é a primeira vez que a comissão teve de formalizar
uma reclamação devido à demora para a entrega dos dados.
Diante do atraso, a presidência da comissão enviou, no dia 6, um
ofício à presidência do BRB cobrando celeridade. “Essa renomada
instituição financeira não tem dado a devida importância às informações
relativas à transferência de sigilo bancário solicitadas por essa CPI”,
escreveu na carta o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da
comissão, citando que a demora “tem promovido atraso no desenvolvimento
de nossos trabalhos”.
A carta foi endereçada ao diretor-presidente do BRB, Jacques de
Oliveira Pena. Filiado ao PT, ele fora indicado ao cargo pelo próprio
Agnelo. Antes, já havia sido secretário da Casa Civil e do
Desenvolvimento Econômico, sempre no governo do petista.
Queiroz está todo enrolado
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DELTA E LOBBY
DELTA E LOBBY
A CPI investiga se Agnelo beneficiou em seu governo a empreiteira
Delta –da qual o empresário Carlinhos Cachoeira era sócio oculto, no
entender da Polícia Federal.
Segundo dados da Receita Federal enviados à CPI, Agnelo movimentou,
só no ano passado, R$ 491 mil em contas do BRB, entre débitos e
créditos. Essas informações fiscais não contêm a origem e o destino do
montante.
Em uma conta do banco, Agnelo recebeu, em 2008, R$ 5.000 do lobista
Daniel Tavares, que atuava para o laboratório farmacêutico União Química
quando o hoje governador era um dos diretores da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).
Além de Agnelo, o banco tem de entregar à comissão dados dos últimos dez anos de outros cinco investigados.